Análises, resultados e bônus: A leitura do UFC Fight Night 102: Lewis vs. Abdurakhimov

Kauê Macedo analisa os destaques do UFC FN 102
Foto: MMA Fighting

Depois do lendário UFC 205, o Ultimate voltou ao estado de Nova Iorque, mas dessa vez com um evento BEM mais fraco. O card principal não foi dos melhores e talvez teria sido melhor até assistir ao RFA, mas valeu a pena como um entretenimento para o final da noite de sexta-feira e início da madrugada de sábado.

Deixando a introdução de lado, vamos ao que interessa.



 

Derrick Lewis x Shamil Abdurakhimov

Foto: MMA Fighting

Foto: MMA Fighting

Eu sempre acho que colocar dois pesos pesados que não esteja entre os 7 ou 8 melhores do mundo como main-event um erro muito grave, primeiro porque pouquíssimos tem condicionamento físico suficiente para lutar cinco rounds, segundo porque a chance de acontecer um show de horrores é quase a mesma de um nocaute brutal, é muito risco para o meu gosto. Mas quem sou eu para fazer esses julgamentos, foram as pessoas que montaram esse evento que venderam uma companhia por mais de 4 bilhões de dólares, e não eu, por isso respeito a decisão deles, apesar de achar bem estranha.

 Durante os três primeiros rounds, Shamil Abdurakhimov conseguiu controlar a luta e levar vantagem em todos, colocando o gigantesco Derrick Lewis para quatro vezes (uma no primeiro, duas no segundo e uma no terceiro), tendo um controle posicional de mais de 7 minutos e acertando mais golpes em todos os rounds.

Era uma performance tática quase perfeita (apesar de muito feia) para o estilo do norte-americano, mas o russo acabou sendo perdendo o controle da luta no quarto round, onde não conseguiu quedar nenhuma vez (as duas tentativas foram bem defendidas pelo adversário) e deixou Lewis ficar mais a vontade no octógono. The Black Beast surpreendeu e colocou para baixo, coisa que ele ainda não tinha feito na luta, conseguiu uma boa posição ao lado da grade e foi esmagando a cabeça do adversário com ground and pound, até conseguir a montada e lançar mais uma barragem de golpes, até que o juiz Dan Miragliotta parou a luta.

A luta foi feia, chata e o próprio Derrick Lewis, que conseguiu mais um nocaute, não gostou da sua performance e fez autocríticas na entrevista pós luta com Jon Anik. Ainda bem que o evento não acabou tão tarde.

 

Francis Ngannou x Anthony Hamilton

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Em compensação da primeira luta, esses dois pesos pesados fizeram o que pesos pesados medianos tem que fazer para proporcionar uma luta boa, se matarem no primeiro round.

Francis Ngannou é um homem assustador, com 1,93m, 117kg, uma força absurda e uma velocidade acima da média, além de parecer tecnicamente melhor a cada aparição dentro do octógono.

Não durou muito até que o camaronês pegou uma Kimura ainda no clinch, foi para o chão e fez Anthony Hamilton batucar na marra. Grande performance do negrão, logo logo ele pega uma top 10.

 

Corey Anderson x Sean O’Connell

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Corey Anderson o melhor lutador (em nível técnico) do evento e entrou como um dos maiores favoritos da noite. Seu adversário, Sean O’Connell, é muito carismático, mas está num nível abaixo do norte-americano.

Corey fez a lição de casa e seguiu com perfeição seu plano tático, colocando Sean para baixo quatro vezes no primeiro round e amassando ele com ground and pound, e derrubando mais uma vez no segundo round, onde golpeou até o nocaute ser declarado.

Desempenho impecável do Corey Anderson, teve uma obediência tática perfeita e utilizou sua vantagem técnica para garantir a vitória o mais cedo possível, que venha um top 10 na próxima.

 

Gian Villante x Saparbek Safarov

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Na luta mais brutal do card principal, Gian Villante deu conta do recado no segundo round, mas travou uma guerra nos primeiros cinco minutos de combate.

Safarov até começou bem na trocação, oferecendo uma luta parelha, até receber golpes duros de Villante e acusar que sentiu quase todos. Não só isso, ele tinha um corte profundo no olho que o incomodou durante toda a luta e ainda sentiu a perna durante um breve momento. Apesar disso, ele se recuperou no final e acertou bons golpes no norte-americano, atordoando ele e quase encontrando o caminho para o nocaute, mas o final do round veio e ele nem sequer conseguiu virar a pontuação a seu favor, que dirá nocautear.

No segundo round, mais do mesmo. Ambos lutadores trocando golpes duros na trocação, mas Villante ia muito melhor, porque enquanto Saparbek tentava um alto volume e acertava pouco, Villante veio com uma ótima precisão de 72%, acumulando dano no russo até acertar os melhores golpes da luta, mandando o adversário para a vala no início do oitavo minuto de luta.

 

Não pude assistir o card preliminar, estava curtindo um tempo com a família, então não tenho o que dizer sobre ele. Mas o card principal foi bem meia boca, com apenas quatro lutas e somente um lutador de alto nível técnico para dar a verdadeira graça do esporte, afinal, quem dá mais chances de cinturão e boas posições no ranking são a técnica e a obediência tática, não a força bruta de Ngannou ou a guerra de Villante.

 

Confira todos os resultados e os bônus oficiais do evento:

Peso-pesado: Derrick Lewis venceu Shamil Abdurakhimov por nocaute aos 3min42s do R4

Peso-pesado: Francis Ngannou venceu Anthony Hamilton por finalização aos 1min57s do R1

Peso-meio-pesado: Corey Anderson venceu Sean O’Connell por nocaute aos 2min36s do R2

Peso-meio-pesado: Gian Villante venceu Saparbek Safarov por nocaute aos 2min54s do R2

Justine Kish venceu Ashley Yoder por decisão unânime (29-28, 29-28, 29-28)

Randy Brown venceu Brian Camozzi por nocaute técnico a 1m25s do R2

Gerald Meerschaert venceu Joe Gigliotti por finalização aos 4m12s do R1

Andrew Sanchez venceu Trevor Smith por decisão unânime (30-27, 30-27, 30-27)

Shane Burgos venceu Tiago Trator por decisão unânime (30-26, 29-28, 29-27)

Marc Diakiese venceu Frankie Perez por decisão unânime (29-28, 29-28, 29-28)

Ryan Janes venceu Keith Berish por decisão unânime (29-28, 29-28, 29-28)

Juliana Lima venceu J.J. Aldrich por decisão unânime (30-27, 30-27 e 30-27)

Performance da noite: Francis Ngannou e Gerald Meerschaert

Luta da noite: Gian Villante x Saparbek Safarov

 

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Jornalista freelancer. Matérias publicadas em Nocaute na Rede, Correio Paulista, Medium, Shion Magazine, NetFighter e Pitaco Esportivo. contato: [email protected]
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