Emerson “Bruce Lee” defende cinturão mundial de Muay Thai em março na Tailândia

Garoto de infância pobre iniciou a carreira graças a Anderson Silva
Emerson "Bruce Lee" (Foto: Gazeta do Povo).
O paranaense Emerson Olímpio realizou um sonho em 2017, o de se tornar campeão mundial de Muay Thai na Tailândia, berço da arte das oito armas. Em março de 2018, “Bruce Lee” como é conhecido, retorna ao país asiático para defender o título a convite das organizações AITMA (Association Intitute of  Thai Martial Arts) e IMTF (International Muay Thai Federation). O evento chama-se World Thai Martial Arts Festival e acontece do 12 ao dia 20 na cidade de Ayuttaya.
Natural da cidade de Pinhais, região metropolitana de Curitiba, Emerson Bruce Lee veio de uma infância pobre. Para sobreviver e ajudar em casa, vendia doces em ônibus na capital paranaense e ingressou nas artes marciais com oito anos de idade:
“Comecei na Capoeira com oito anos de idade por influência do meu pai. Treinei até os 15 anos. Aí migrei para o Kung-Fu. Na época o Bruce Lee era febre e eu assistia muito esses filmes”, daí o apelido que pegou até os dias de hoje”.
“Quando o Wanderlei Silva estourou no Pride, comecei a comprar as revistas da época, Tatame, GracieMag, Revista 1° Round, aí comecei a ver que vários atletas saíam de Curitiba e comecei a me interessar pelo Muay Thai”, comenta o campeão sobre seu interesse inicial no esporte.
Mas foi outro curitibano famoso que abriu as portas para Emerson Olímpio:
“Estava voltando do trabalho e passei em frente a uma academia. Reconheci Anderson Silva, que veio falar comigo, perguntou se eu treinava, eu disse que não, ele me convidou pra entrar, tirei meu tênis, subi no tatame e fiquei no fundo do tatame assistindo o treino deles. No final ele me perguntou porque que eu não treinava, eu disse que não tinha tempo. Aí ele perguntou, não tem tempo ou dinheiro? Disse que não tinha dinheiro. Aí ele disse venha treinar que dou um jeito nisso. Mas eu fiquei com vergonha e acabei não voltando”.
Mas o destino do ex-campeão do UFC parecia estar atrelado ao do até então jovem sem esperanças:
“Passou-se dois meses eu estava caminhando no centro da cidade, parei na frente de uma loja que tinha uma TV passando a luta do Bob Sapp com o Minotauro e eu parei pra ver. Dei de cara com o Anderson novamente. Ele me reconheceu. Me passou o número do celular dele e pediu que eu retornasse para conhecer um projeto social que ele tinha na zona norte da cidade”.
Foi com Anderson Silva no córner que Emerson Bruce Lee deu seus primeiros passos no Muay Thai. Competindo na categoria amadora, foram 12 lutas e 12 vitórias. Emerson Olímío considera o “Spider” como seu primeiro e único mestre.
Após Anderson Silva conquistar o cinturão do UFC, esteve menos tempo em Curitiba, e mais no Rio de Janeiro, a convite de Rodrigo Minotauro. Mas Bruce não parou. Treinava na academia e cuidava dos materiais e da limpeza, assim não precisaria pagar mensalidade. Estreou no MMA onde tem um cartel de seis lutas. Numa delas, prestou uma homenagem ao antigo mestre:
“Quando eu treinava com o Anderson, uma vez estávamos no carro e começou a tocar Michael Jackson, ele me falou, “sabia que um dia vou entrar na luta dançando”, e eu disse pra ele, “eu também”, aí fizemos uma aposta que ambos iriam entrar dançando. Quando o Anderson conquitou o cinturão do UFC, na mesma época o Michael Jackson tinha morrido. Aí foi uma forma de homenagear os dois, os quais eu era fã”.

Mundial de Muay Thai na Tailândia:

Em 2017, já com 34 anos, Emerson Olímpio realizou um sonho de infância, o de ser campeão Mundial na Tailândia:
“Eu tinha um sonho de ser campeão mundial de muay thai, mas vinha de família humilde e jamais conseguiria me pagar uma pasagem pra pra lá. Foi quando o Rafael “Thainaja” trouxe um tailandês para dar seminário aqui em Curitiba e eu fiquei sabendo que iriam selecionar alguns atletas pra lutar lá. E eu consegui a vaga”.
Um ano depois, Emerson Bruce Lee recebeu o convite novamente, dessa vez, para defender o título.
“Tive uma infância difícil, garoto pobre, mas eu nunca pensei, coitadinho de mim, sou pobre, sou negro, não é por aí, todo mundo é igual, tenho dois braços, duas pernas então vamos a luta. Cabeça erguida, dificuldade é feita pra ser vencida”, desabafa o atleta que terá mais uma chance de viver um sonho em 2018.

Projeto Social e inspiração:

Além de ser professor de Muay Thai em uma academia conceituada em Curitiba, Emerson Bruce Lee dá aulas em um projeto social em Colombo, o Instituto Bom Combate, comandado por Alex Mangueboy. É dele a responsabilidade de ensinar o Muay Thai para alunos que assim como ele, sonham com uma vida melhor:
“Se tivessem investido mais em mim eu sei que poderia ter ido mais longe, então quando eu vejo esse meninos do projeto, o Leandro Light, o  Rodrigo Caiçara, eu tento ser pra eles o que eu não tive pra mim. Eu saí do mesmo lugar que eles, de um projeto social, e quero dar a eles o que eu não tive”.
Conheça o projeto social Instituto Bom Combate: https://www.institutobomkombat.org.br/index.php/home
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Músico, consultor de negócios, formado em tecnologia em logística e ingressante em jornalismo, apaixonado por mma e artes marciais em geral.
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