Homem importante na elaboração, capacitação e organização da arbitragem das principais entidades que organizam eventos de Jiu-jitsu fala sobre regras do esporte, vídeo replay e outros pontos pertinentes.
Você já está à frente da Arbitragem da CBJJ e da IBJJF há quanto tempo e qual a sua avaliação do seu trabalho nestas duas entidades?
Estou à frente desde o ano de 2001, e muitas coisas mudaram graças ao grande apoio que tive a vivível de presidência destas instituições. Hoje em dia, tenho um grupo de diretores que trabalham juntos e dividimos os trabalhos em função do número de competições terem aumento significativamente, completamente diferente do início.
Quanto ao meu trabalho, creio que esta sendo bom, pois temos criado melhorias para facilitar e aprimorar as regras com um grupo de pessoas estudiosas do esporte.
Como são desenvolvidas às alterações ou adições nas regras da CBJJ e IBJJF?
Estas acontecem quando o número de pedidos de um único e determinado assunto é abordado por muitos, e neste momento começamos a pensar em alguma coisa para melhorar, não só eu, mas temos varias pessoas que nos ajudam, inclusive alguns árbitros e professores que dão idéias muito interessantes.
No seu amplo conhecimento técnico, a regra atual ela é clara e objetiva ou ainda dá margens a outras interpretações?
Desculpe-me a franqueza, mas qualquer regra de qualquer esporte dá margem para interpretações, e é isso que tentamos trabalhar e melhorar e assim vai a colocação de três árbitros. A introdução do vídeo oficial, sabendo você que tudo isso começa sempre na categoria de faixa-preta adulto, para quem sabe um dia termos melhores condições para nosso esporte.
Curso de Arbitragem
Como funciona o processo seletivo e capacitativo destes “homens de preto” da arbitragem?
Eles fazem um curso de dois dias, com prova e a aprovação para qualificação para árbitro. A nota tem de ser 8,5 para cima, e isto não é nada fácil. Depois disso, se aprovado nestas provas, ele passa para um estágio que pode demorar quantos campeonatos acharmos necessário para aprovação ou até mesmo para uma reprovação e, neste caso, a pessoa volta para o curso.
No estágio, a pessoa trabalha como árbitro central e dois laterais como árbitros já dos quadros da CBJJ e IBJJF – sempre os dois laterais corrigindo qualquer que seja o erro do estagiário. Depois de passar por esta fase, ele passa a estar no nosso quadro começando então por lutas mais simples para então, futuramente, arbitrar lutas de maior responsabilidade, dependendo do desempenho.
É normal em eventos de BJJ professores com amplo conhecimento reclamarem acintosamente da arbitragem… Por que há tanta reclamação? Falta de conhecimento da regra é uma hipótese?
Creio que algumas vezes por falta de conhecimento sim, mas por outras com razão, somos seres humanos passíveis de erros e por último, colocam o coração na frente e querem vencer de qualquer forma, seja tentando induzir o árbitro ao erro, o que nos dias de hoje é bem mais difícil.
Alguns esportes já mudaram as suas regras para melhor aceitação e esclarecimento ao “público leigo”, atraindo mais receitas, público de massa e outros. Há algum projeto para mudanças das regras para viabilizar esse alcance por mais adeptos?
Só não sei qual tipo de mudança seria o seu questionamento, mas não se pensa nas mudanças pelo apelo do público e sim pela melhora cada vez mais do esporte.
Recentemente, no livro de regras, o vídeo replay foi adotado para fins de interpretações, na minimização de dúvidas e outros conflitos esportivos que acontecem durante a competição… Você poderia explicar como funciona esse método? Quais tipos de vídeos são usados? Qualquer um com um vídeo (via celular) pode apresentar a comissão de arbitragem e será avaliado?
Bem, estes vídeos são oficiais, e são denominados vídeos replay, por passar poucos segundos após ter acontecido qualquer que seja a situação na luta que seja questionável. Existem dois árbitros do lado de fora com um monitor na sua frente e assim que acontece a tal posição questionável, eles estarão vendo a mesma posição segundos depois novamente e para efeito de troca da pontuação decidida pelo ou pelos árbitros em caso de três árbitros por área de luta, os dois árbitros que tem acesso a esse monitor tem de concordarem entre eles na alteração da pontuação marcada e, neste caso, o árbitro central tem um ponto de áudio e os árbitros que estão do lado de fora irão informá-lo que tem de trocar aquilo que foi marcado, comunicando a pontuação correta.
Equipe de Arbitragem
No critério arbitral, quais as informações principais que os atletas precisam saber quando forem lutar as competições da CBJJ e IBJJF quando as duas modalidades são realizadas no mesmo dia (GI e NO GI) para que o atleta e professor mão confundam na hora de cobrar ou questionar o árbitro no momento do combate?
O simples: a regra é a mesma, o que muda é um pode fazer pegadas no uniforme (GI) e o outro não pode fazer pegadas no uniforme (NO GI).
Recado final aos seguidores internautas do site NOCAUTE NA REDE!
Como recado, temos duas coisas:
1º cobrem de seus professores ensinamento de regras, para que vocês, atletas, não percam uma luta pelo desconhecimento das mesmas.
2º professores e aqueles que querem aprofundar os conhecimentos têm cursos de regras nos dias de hoje em vários estados e cidade… Não percam uma oportunidade de melhorarem seus conhecimentos, pois hoje em dia se perde uma luta por um simples detalhe, que a falta do curso lhe causou a perda de um campeonato Mundial por exemplo.
Abraço a todos e espero ter ajudado de alguma forma.
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Escrito por André Vieira Ribeiro
