O público brasileiro não gosta muito de Christopher James Weidman, o Chris, mas o que pouca gente sabe é que ele sempre foi movido a desafios e sempre quis ser o melhor em tudo o que fizesse. Nascido em 17 de junho de 1984, em Baldwin, estado de New York, EUA, ele competiu no wrestling desde muito cedo e sempre foi acostumado as disputas. Weidman é descendente de alemães e irlandeses, o que faz com que tenha algum sentido ele estar escalado no mesmo card da maior estrela irlandesa, Conor McGregor – de quem já declarou ser fã.
O começo em outra modlidade
Como falado anteriormente, Weidman começou a se envolver com as artes marciais pelo wrestling, que é a arte marcial com mais lutadores de MMA americanos oriundos dela. Ele foi campeão estadual da modalidade, em New York e foi All-American (que não é ser o campeão e sim ficar entre os 6 melhores do ano em sua divisão) pelo Colégio Comunitário de Nassau e na Universidade de Hofstra, onde ele se formou em psicologia – que ele usa bem em suas lutas.
Carreira no Ring of Combat
Passado o período da faculdade, Chris Weidman sabia que não poderia continuar competindo e resolveu migrar para outro depois de não conseguir chegar no time olímpico de wrestling dos Estados Unidos. Weidman então foi treinar com Nick e Matt Serra – ex-campeão do UFC – e aprendeu jiu-jitsu com os irmãos. Ele também foi apresentado a Ray Longo, que até hoje é seu treinador e, junto com Matt Serra, encorajou Chris a se dedicar exclusivamente ao MMA. O primeiro evento em que Weidman lutou foi no Ring of Combat. Ele fez quatro lutas e venceu todas. A mais importante foi a batalha contra o “homem-ambulância”, Uriah Hall: Ele conseguiu um TKO no segundo round para lhe tomar o cinturão do evento. Depois disso, ele enfrentou o brasileiro Valdir Araújo e o venceu por decisão unânime em sua única defesa de cinturão do evento.
O início no UFC
Após chamar a atenção dos grandes eventos com suas vitórias no Ring of Combat, Weidman finalmente recebeu sua chance no maior evento do planeta, o UFC. Ele aceitou uma luta com duas semanas de antecedência contra o italiano Alessio Sakara. O adversário original de Alessio, Rafael Natal, saiu da disputa devido a uma lesão e deu lugar para o promissor Weidman. Chris venceu a luta por decisão unânime. Em seguida ele, mais uma vez, entrou como substituto em uma luta: Entrou na vaga de Court McGee e enfrentou Jesse Bongfeldt no UFC 131 e lhe aplicou uma incrível guilhotina em pé. Na primeira luta que fez pelo Ultimate sem ser substituto de alguém, ele enfrentou Tom Lawlor e o deixou apagado no chão após aplicar um D’arce choke.
Grandes desafios, grandes responsabilidades
Depois dessas três vitórias, Weidman fez de novo o papel de substituto e enfrentou o veterano Demian Maia pegando a luta com duas semanas de antecedência. Ele venceu por decisão unânime e esse foi o momento em que muitos começaram a prestar atenção em Chris. Então ele foi escalado para o seu primeiro evento principal e enfrentou outro veterano: Mark Munoz. Ninguém acreditava que Weidman pudesse vencer e ele contrariou todas as apostas ao nocautear Munoz com uma cotovelada de encontro certeira no rosto. Um dos mais incríveis nocautes da história do MMA, pela precisão, técnica e timing com que o movimento foi executado. Depois da vitória, Weidman pediu sua chance para enfrentar Anderson Silva e a recebeu.
Chegou a hora de enfrentar o maior de todos
O pedido de Weidman foi atendido pela organização do Ultimate, e no dia 6 de junho de 2013, ele desafiou Anderson Silva. Chris sempre foi conhecido pela sua confiança e pelo seu psicológico forte, além de sua técnica. E isso ficou evidente, pois não deixou que Anderson entrasse em sua cabeça com todas as brincadeiras que o brasileiro fez. Anderson provocou, provocou muito durante o combate. Weidman se manteve calmo e frio, pronto para chocar o mundo. E conseguiu. Ele acertou o brasileiro com uma direita e o nocauteou. Botou fim em um reinado que durava 6 anos, 10 defesas de cinturão e o status de “invencível”. Weidman provou que era a renovação da divisão e que era a sua vez de ser o detentor do cinturão do UFC.
O segundo duelo contra Anderson Silva
Um campeão tão dominante quanto o “Spider” certamente ganharia revanche imediata, ainda mais quando muitos disseram que foi um “golpe de sorte” que o fez perder a luta. E foi isso o que o UFC fez. Ainda em 2013, mais precisamente no dia 28 de dezembro, Weidman e Anderson se encontraram novamente no Octógono, mas em papeis invertidos. Chris era o campeão, Anderson era o desafiante – e era difícil de assimilar tal fato. Dessa vez, Anderson foi mais sério e Weidman ainda mais determinado, tanto que venceu com sobrar o primeiro round. Até que a tragédia aconteceu: Ao desferir um chute baixo, a canela de Anderson encontrou o joelho de Weidman – que fez um belo bloqueio, é importante destacar. A perna do brasileiro quebrou e o duelo acabou na hora. Weidman ainda era campeão, mas ainda não tinha conseguido se afirmar como tal.
Mais brasileiros em seu caminho
Weidman acabou se tornando inimigo dos brasileiros porque derrotou vários em sua trajetória. Claro que vencer Anderson Silva, um dos maiores ídolos nacionais no esporte contribuiu muito. E enfrentando – e vencendo – outras lendas nascidas no Brasil, a popularidade dele por aqui iria cair muito. Porém seu status no mundo das lutas se elevou. Na sua segunda defesa de cinturão, ele enfrentou Lyoto Machida e eles travaram uma guerra. 5 rounds disputadíssimos pelos dois atletas, mas Weidman foi melhor em 4 dos 5 assaltos e saiu com a vitória por decisão unânime. Depois disso, um duelo aguardado com Vitor Belfort. Essa luta foi marcada três vezes, para os UFC’s 181, 184 e 187 sendo realizada somente no último, em maio deste ano. Dessa vez, Weidman teve menos trabalho e conseguiu derrotar Vitor por TKO, depois de sofrer uma blitz do brasileiro, que acabou cansando, foi derrubado e não mostrou resistência alguma. Weidman inclusive pediu para que as pessoas parassem de duvidar dele e “se juntassem ao time”. Essa frase virou seu bordão e seu novo patrocinador, a Reebok, fez inclusive uma camiseta estampando a mesma.
O mais perigoso duelo: É a vez de Luke Rockhold
Weidman tem, agora, o maior dos desafios: Enfrentar um adversário maior, com maior alcance, novo, habilidoso em pé e no chão e com fome de vitória. Tecnicamente falando, Luke Rockhold é melhor em todas as áreas, mas talvez não tenha o que Chris sempre teve: Vontade de vencer. Weidman sempre foi considerado inferior, tecnicamente, do que todos os adversários que enfrentou desde que ganhou o cinturão e bateu os três. Silva, Machida e Belfort tem mais qualidades na trocação e foram derrotados. Agora contra Luke, a situação não é diferente, mas ele vai precisar mostrar coração. A melhor estrategia é encurtar e derrubar, impor o seu wrestling e castigar Rockhold no ground and pound. A missão é difícil, árdua, complicada, mas Chris Weidman já mostrou ter vontade de quebrar barreiras e vencer seus desafios. E ele pode fazer isso mais uma vez, esta noite.
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