Análises, resultados e bônus – A leitura do UFC 204: Bisping vs. Henderson 2

Kauê Macedo analisa os principais combates do UFC 204
Foto: Esther Lin/MMA Fighting.com




A cidade de Manchester, na Inglaterra, recebeu o UFC 204 de braços abertos ao lotar a Manchester Arena, e os lutadores retribuíram entregando cinco finalizações, quatro nocautes e apenas duas decisões.

A luta principal da noite foi entre o improvável campeão peso médio do UFC Michael Bisping, que também era o maior ídolo local do evento, e o improvável desafiante Dan Henderson, veterano que encerrou sua carreira de forma espetacular.



Em pleno 2016, a diferença do nível técnico de Michael Bisping, que está no auge da carreira, é bem superior a de Dan Henderson, que está decaindo desde meados de 2013. Mas o conde, que impressiona contra os melhores do mundo (batendo Anderson Silva e Luke Rockhold) e decepciona contra os medianos (tomando knockdown de CB Dollaway, indo pra decisão dividida contra Thales Leites e quase sendo nocauteado por um Dan Henderson de 46 anos), fez uma das piores atuações possível e teve erros técnicos e táticos que se repetiram por toda a luta.

Dan Henderson entrou com apenas uma arma no seu arsenal ofensivo, que era a famosa H-Bomb. Advinha o que Michael Bisping fez, engoliu várias delas e foi a knockdown duas vezes, quase sendo nocauteado pelo pior desafiante que ele poderia ter.

Bisping talvez não tenha pecado na manutenção de distância em termos defensivos, já que fiou boa parte do tempo da média para a longa distância, mas ofensivamente, meu deus do céu, ele não conseguia alcançar o Henderson várias vezes e terminou a luta com uma precisão de 35%, chegando a bater 29% no primeiro round.

A pontuação gerou uma certa repercussão pelo mundo das lutas, mas grande parte da mídia especializada apontou vitória do inglês. Ainda não tinha me pronunciado (publicamente, pelo menos) sobre o assunto, mas aqui vai minha opinião sobre o caso.

O primeiro round foi claramente de Dan Henderson, que aplicou bem mais golpes (27 x 16), conseguiu um knockdown e aplicou um ground and pound fulminante. Michael Bisping, por sua vez, foi mais agressivo, teve o controle do centro do octógono e foi superior durante os primeiros quatro minutos do round. A pontuação tem margem para diferentes interpretações, eu marquei 10-9 Henderson.

O segundo round foi parelho por causa do knockdown que Henderson aplicou no inglês, mas Bisping foi superior no volume de golpes, conectando 36 contra 13 do adversário, foi mais agressivo e controlou o centro do cage. Marquei 10-9 Bisping.

No terceiro e quarto round, Bisping conseguiu aplicar sua estratégia e foi superior em quase tudo, principalmente no terceiro. Marquei 10-9 para o inglês nos dois.

O quinto round foi duro, Henderson mostrou muito coração e cresceu na luta. Bisping continuou com a vantagem clara no volume de golpes, mas Henderson respondeu a agressividade e o controle do cage a altura, além de ter quedado o inglês uma vez e o controlado no chão por alguns segundos. Marquei 10-9 Bisping, mas o round foi bem apertado.

No total, marquei 49-46 Bisping, mas é totalmente plausível resultados como 48-47 Bisping, 47-47 ou 48-47 Henderson.

Aliás, atuação bem abaixo do esperado por parte de Michael Bisping. Se o próximo desafiante for Chris Weidman, Yoel Romero, Luke Rockhold ou Ronaldo Jacaré, o inglês estará em sérios problemas.

 

No co-main event, Gegard Mousasi conseguiu uma performance espetacular em cima do veterano Vitor Belfort, nocauteando o brasileiro no segundo round e pedindo Anderson Silva na entrevista pós-luta.

Mousasi imprimiu um ritmo de pressão excepcional, controlando o centro do octógono, encurralando Belfort contra a grade e entrando com um volume de golpes bem mais alto, o que se estendeu por cerca de sete minutos, até o ex-campeão mieo-pesado do UFC abrir uma brecha em seu sistema defensivo e engolir um chute alto mortal, que foi seguido de uma sequência de golpes assustadora.

Desempenho impressionante de Mousasi, que, para sua tristeza, deve pegar algum adversário como Derek Brunson, já que (me inspirando nos flamenguistas) o cheirinho de Anderson Silva x Georges St-Pierre tá forte.

 

Outros lutadores merecem uma menção honrosa, então vamos a elas. Jimi Manuwa se recuperou de um primeiro round difícil e conseguiu aplicar de forma efetiva sua excelente trocação, mandando Ovince St-Preux, que entrou como favorito, para outra dimensão com um nocaute brutal. Stefan Struve, Mirsad Bektić e Iuri Alcântara dominaram seus adversário e conseguiram a vitória por finalização antes da metade da luta.

 

Confira todos os resultados e bônus oficiais do UFC 204:

Michael Bisping venceu Dan Henderson por decisão unânime (48-47, 48-47, 49-46)

Gegard Mousasi venceu Vitor Belfort por nocaute técnico aos 2m43s do R2

Jimi Manuwa venceu Ovince St. Preux por nocaute aos 2m38s do R2

Stefan Struve venceu Daniel Omielanczuk por finalização aos 1m41s do R2

Mirsad Bektic venceu Russell Doane por finalização aos 4m22s do R1

Iuri Marajó venceu Brad Pickett por finalização a 1m59s no R1

Damian Stasiak venceu Davey Grant por finalização aos 3m56s do R3

Leon Edwards venceu Albert Tumenov por finalização aos 3m01s do R3

Marc Diakiese venceu Lukasz Sajewski por nocaute técnico aos 4m40s do R2

Mike Perry venceu Danny Roberts por nocaute aos 4m40s do R3

Léo Santos venceu Adriano Martins por decisão dividida (29-28, 28-29, 29-28)

Luta da noite: Michael Bisping vs. Dan Henderson

Performance da noite: Jimi Manuwa e Iuri Alcântara

 

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Jornalista freelancer. Matérias publicadas em Nocaute na Rede, Correio Paulista, Medium, Shion Magazine, NetFighter e Pitaco Esportivo. contato: [email protected]
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