Análises, resultados e bônus – A leitura do UFC Fight Night 94: Poirier vs. Johnson

Kauê Macedo analisa os principais combates do UFC FN 94
Foto: Esther Lin/MMAFighting.com

Após quase um ano, o Ultimate Fighting Championship voltou ao estado do Texas para realizar mais um evento. Desta vez, a cidade de Hidalgo sediou a edição de número 94 do UFC Fight Night, que aconteceu na State Farm Arena e contou com doze lutas.

Na atração principal da noite, Michael Johnson, que vinha de duas derrotas consecutivas, parou o ímpeto de Dustin Poirier com um nocaute brutal no primeiro round. Poirier entrou como leve favorito para o combate, mas não pode apresentar quase nada do que era esperado, tanto em pé quanto no chão, onde decidiu boa parte de suas lutas recentes. Michael Johnson, por sua vez, foi perfeito em sua performance e utilizou o melhor plano tático possível, fazendo um ótimo trabalho de pernas, colocando a manutenção de distância em pratica, mantendo a luta da média pra longa distância, acertando bons golpes longes e retos na média, boas combinações de cruzados na curta e contragolpes mortais, também em forma de cruzados, que inclusive decidiram a luta e mandaram o diamante para as profundezas da vala em menos de dois minutos.



Vitória muito impressionante por parte de Michael Johnson, que precisou de 14 golpes contundentes conectados (de 37 lançados) para dar conta de um dos pesos leves mais duros do peso leve. Com a vitória, ele se coloca novamente no bolo de uma das categorias mais emboladas do UFC, cabe a ele escolher bem seus próximos passos.

Na co-luta principal, o norte-americano Derek Brunson aumentou sua sequencia de nocautes ao se tornar o primeiro lutador a Uriah Hall pela via rápida. A luta também foi bem curta, durando seis segundos a mais que a principal (1:41, no total). Derek começou investindo na luta agarrada, que não passou de uma troca de esgrimas no clinch na grade. Não demorou muito para que a luta voltasse a trocação, onde Hall tentava manter a distância e Brunson, pressionar. Passado pouco mais de um minuto, Brunson acertou uma bomba no queixo do jamaicano, que foi pegou com a guarda baixa, e terminou o combate com seu ground and pound grosseiro.

Grande vitória de Derek Brunson e mais um passo para trás que Uriah Hall dá. A luta teve uma paralisação equivocada, Herb Dean deveria ter esperado mais um pouco e o jamaicano foi levemente prejudicado. Brunson, por sua vez, fez seu trabalho muito bem feito e agora soma quatro vitórias consecutivas por nocaute no primeiro round. Sabe-se lá onde ele vai parar daqui pra frente.

Na luta que levou o prêmio de melhor da noite, Evan Dunham mostrou uma superioridade visível e dominou Rick Glenn, que mostrou um coração enorme no combate. Dunham, basicamente, foi melhor em todas as áreas, levando vantagem na trocação, onde controlou bem a distância, fez boas combinações (principalmente com golpes longes e retos da média pra curta distância), teve o volume de golpes consideravelmente maior e foi mais contundente. Na luta agarrada, Evan quedou nos dois primeiros rounds sem muita dificuldade, apesar de só ter acertado 33% de suas tentativas (3 de 9), e teve um controle posicional e ground and pound bem efetivos, o que resultou numa decisão bem dominante (três 30-27).

Evan Dunham, mesmo após tantos anos, continua sendo um peso leve de respeito e não pode ser subestimado. Nesse combate, lançou incríveis 330 golpes, acertando 185 (144 significativos), além das três quedas e de quatro boas passagens de guarda. O peso leve é a categoria mais complicada e cheia de bons lutadores do UFC, a única certeza é que Dunham terá dureza pela frente.

Numa das lutas mais divertidas da noite, Islam Makhachev conseguiu se recuperar da derrota que sofreu para o brasileiro Adriano Martins ao bater Chris Wade por decisão. O russo conseguiu praticamente todas as quedas da luta, mas quando o combate tocou o solo, virou uma verdadeira guerra de grappling. Ambos os lutadores conseguiram ótimas passagens de guarda, reversões lindas e quase finalizaram um ao outro, mas no fim das contas, a vantagem ficou para Makhachev.

Se você gosta de grappling aplicado ao MMA, essa luta é uma boa pedida. Islam Makhachev foi mais dominante e levou pelo menos dois rounds, tendo quedado mais, acertado mais golpes, conseguindo mais passagens de guarda, tendo maior precisão nos golpes e perdendo apenas nos números de reversões (4 a 2 para o norte-americano).

Na luta de abertura do card principal, Chas Skelly, que lutava em casa (ele é natural da cidade de Bedford, no Texas), conseguiu uma das finalizações mais rápidas da história do UFC, ao apagar Maximo Blanco em apenas 19 segundos! Resumindo a luta inteira, Skelly saiu correndo assim que começou a luta e mandou Blanco ao solo com uma espécie de voadora, entrou com uma guilhotina e depois trocou para um triângulo de mão e colocou Maximo para dormir. Simples assim. Impressionante!

 

Resultados oficiais:

Michael Johnson def. Dustin Poirier via first-round KO (1:35)

Derek Brunson def. Uriah Hall via first-round KO (1:41)

Evan Dunham def. Rick Glenn via unanimous decision (30-27 x3)

Roan Carneiro def. Kenny Robertson by split decision (30-27, 28-29, 29-28)

Islam Makhachev def. Chris Wade via unanimous decision (29-28, 29-28, 29-28)

Chas Skelly def. Maximo Blanco via submission (anaconda choke) (R1, 19)

Gabriel Benitez def. Sam Sicilia via submission (guillotine) (R2, 1:20)

Belal Muhammad def. Augusto Montano via third-round TKO (4:19)

Antonio Carlos Jr. def. Leonardo Augusto Guimaraes via sub (RNC) (R3, 4:46)

Jose Alberto Quinonez def. Joey Gomez via UD (29-28, 30-27 x2)

Randy Brown def. Erick Montano via submission (guillotine) (R3, 0:18)

Alejandro Perez vs. Albert Moraes ends in majority draw (29-27, 28-28 x2)

Bônus oficiais:

Luta da noite: Evan Dunham x Rick Glenn; performances da noite: Michael Johnson e Chas Skelly.

 

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Jornalista freelancer. Matérias publicadas em Nocaute na Rede, Correio Paulista, Medium, Shion Magazine, NetFighter e Pitaco Esportivo. contato: [email protected]
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