Donald Cerrone e a pior fase de sua carreira. É hora de parar?

Lutador tem o maior número de lutas. de vitórias e de bônus na história do UFC
(Credits: Reprodução via Essentially Sports)

No último sábado, 19, Donald Cerrone enfrentou Niko Price no ‘co-main event’ do UFC Fight Night 178: Covington vs Woodley. O resultado foi um empate majoritário (1 juiz deu vitória do ‘Cowboy’ e 2 marcaram empate), muito por conta de 1 ponto que foi retirado de ‘Hybrid’ por conta de uma dedada no olho do oponente.

E olha que mais pontos poderiam ser retirados, afinal foram três golpes nos olhos de Cerrone, mas no fim foi só isso mesmo. Fato é que o ‘Cowboy’ foi muito mal, principalmente no primeiro round quando passou a maior parte tentando sobreviver. Ele sentiu um golpe lançado pelo rival e demorou muito a se recuperar. Dava a impressão de que se Price “apertasse o passo”, o nocaute sairia.



E assim o ex-desafiante ao cinturão dos leves chegou a 5 lutas seguidas sem vencer. Se estendermos um pouco mais a conta, nas últimas 13 lutas são 4 vitórias, 1 empate e 8 derrotas. Ao todo em sua carreira são 53 lutas, sendo 36 vitórias, 15 derrotas, 1 empate e 1 ‘no contest’. Ou seja, nessas últimas 13 lutas foi derrotado mais vezes do que nas outras 40 anteriores. É um número alto, principalmente pra um cara que sempre foi parte do topo da prateleira.

O próprio lutador não tentou esconder e disse, em entrevista à imprensa logo após o evento, que essa foi a pior atuação de sua carreira e que chega até a considerar como uma derrota.

“Essa é a pior performance que eu já tive, sem dúvida. Eu estou muito chateado comigo mesmo. Não sei como dizer isso de outro forma, mas eu definitivamente conto essa luta como uma derrota. É a quinta em sequência.  E para alguém que estava lutando para manter seu emprego, esse não foi um trabalho muito bom”, desabafou.

Dana White chegou a declarar que teria uma conversa nada agradável com o ‘Cowboy’ e que isso o deixaria de coração partido. Ele estava falando, obviamente, de tentar convencê-lo de que a hora de se aposentar havia chegado. Ninguém tem o direito de dizer a hora de um atleta parar ou não, mas o cara que é presidente da empresa em que o lutador trabalha há toda uma vida, talvez possa sim tentar pelo menos preservar um funcionário que sempre foi tão competente.

Falo em preservar porque o cara tem 14 anos de carreira e um cartel bem extenso. Se fizermos os cálculos chega a uma média de quase 4 lutas por ano. Os anos de 2008 e 2012 são os únicos, nesses 14 anos, em que ele fez menos de 3 lutas no período anual. Tem muito atleta por aí com mais tempo de profissional, mas com bem menos atividade. E lógico que tantas guerras vão acumulando traumas e uma hora o corpo cobra a conta.

Cerrone tranquiliza fãs após lesão no UFC 238 e ressalta vontade em  enfrentar Tony Ferguson novamente - TATAME

Donald Cerrone sofreu estragos nas mãos de Tony Ferguson (Credits: Jeff Bottari)

Nessas últimas 8 lutas, com exceção de Anthony Pettis, Cerrone só foi superado por atleta do topo. Jorge Masvidal, Robbie Lawler, Darren Till, Leon Edwards, Tony Ferguson, Justin Gaethje e Conor McGregor foram os sanguinários que o derrubaram. Olhando apenas para os nomes, não faz sentido nenhum pedir para o cara encerrar a carreira. É perfeitamente normal a derrota nestes casos. Mas o grande ponto é que as performances foram bem abaixo do que conhecemos dele e o queixo, principalmente neste último embate, mostrou que a absorção não é mais a mesma.

Cerrone já deu o recado de que não pensa em aposentadoria. E se assim for, quem ele, o homem com mais lutas, mais vitórias, maior número de vitórias por finalização ou nocaute e maior número de bônus conquistados em toda a história da Organização, deveria enfrentar (lembrando que ele – assim como Niko Price – estão fora do ranking da divisão meio-médio)? Deixa aí seu comentário.

Texto e edição: Kaio Lima

 

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Pai, marido, neto, amante da família; filho de Deus; Graduando em Comunicação Social (Rádio e TV) na Universidade Federal do Maranhão; Editor chefe do Nocaute na Rede, sonha em seguir carreira na área esportiva; Redator nas seções de MMA nacional e internacional; Apaixonado por rádios, jornais, livros, podcasts, filmes, séries, comidas, esportes em geral (principalmente MMA, futebol e basquete); Praticante de MMA e muay thai;
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