Entrevista com Viscardi Andrade: “Sonhe grande e trabalhe forte”

Fizemos uma visita ao Centro de Treinamento do atleta Viscardi Andrade, que fica na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, uma academia completa, com aulas de MMA, Boxe, Jiu...

Fizemos uma visita ao Centro de Treinamento do atleta Viscardi Andrade, que fica na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, uma academia completa, com aulas de MMA, Boxe, Jiu Jitsu, Muay Thai, Musculação e funcional, um ótimo lugar para quem quer aprender uma arte marcial, devido a sua grande estrutura. Com o cartel de 17-6-0, 31 anos de idade, natural da cidade de Jales, interior de São Paulo, faixa preta de Jiu Jitsu da Ryan Gracie Team, o lutador faz parte da disputada divisão dos meio médios do UFC. Viscardi foi integrante do TUF Brasil 2 e mesmo não vencendo o reality – foi eliminado nas semi finais -, foi o primeiro atleta contratado pelo UFC, devido ao seu talento e a personalidade que demonstrou dentro da casa, um atleta muito forte, talentoso, um lutador completo, com uma grande envergadura e que está aí para brigar no TOP 5 da categoria e pelo cinturão do Ultimate.

(Foto: Divulgação UFC)

(Foto: Divulgação UFC)

Confira agora o “soltinho” com essa fera que demonstrou muita sinceridade e personalidade.



O que te motivou a ser lutador de MMA?

Sempre fui fã de artes marciais, desde criança pratiquei Judô, quando fiquei mais velho tive que optar entre a faculdade ou os treinos, fiz a faculdade de direito durante 3 anos, mas a minha paixão falou mais alto e acabei largando tudo e vim para São Paulo lutar pelo meu sonho.

Terça Feira 15/09 , teve a coletiva de imprensa do UFC, como que foi?

Foi muito legal, estava todo mundo, Vitor Belfort, Demian Maia, Glover Teixeira, Marco Ruas, Pedro Rizzo, Minotauro e outros, a chegada do presidente do UFC no Brasil, Giovani Decker, vai fazer com que cresça ainda mais o evento aqui no Brasil, é o cara que vai trabalhar para ter os cards bacanas iguais aos do UFC Rio.

Você foi participante do TUF Brasil 2, como foi o convívio com os atletas na casa e nos treinos?

A galera era toda muito entrosada, tudo gente boa, essa edição ficou famosa pelas brincadeiras pesadas, mas os treinos eram muito duros, o nível técnico muito alto, Rafael Cordeiro um excepcional treinador, Fabio Gurgel e o Fabrício Werdum um cara extremamente talentoso e focado, foi uma grande experiência na minha vida.

Durante o programa você acabou levando a fama de arrogante, o que você acha que se deve a isso?

Isso não é verdade, sou um cara batalhador, que vim com a cara e a coragem para São Paulo, muita gente acaba confundindo auto confiança com arrogância, eu apenas acredito em mim mesmo, no meu trabalho , e um lutador tem que acreditar em si mesmo, se ele não acreditar em si mesmo , ninguém vai. A edição de programas de reality shows fazem isso mesmo, eles distribuem “personagens”, para chamar a atenção do publico, mas quem me conhece e acompanha meu trabalho sabe que não sou assim.

Você fazia parte do time Werdum e acabou tendo um atrito com o Minotauro que era técnico do outro time, depois deste episódio vocês chegaram a conversar? Ficou tudo numa boa?

Foi no calor da emoção mesmo, coisa de momento, mas morreu ali, a edição do programa que me colocava muito como um cara mal mesmo, e fez essa polêmica toda. A partir do momento que eu entrei lá dentro eu fui eu mesmo, eu não fui um cara que ficava em cima do muro e acabou que meio que levei essa fama de durão, de “bad guy” mesmo. Entre eu e ele nunca teve nada, respeito muito ele, admiro muito sua história, pedimos desculpas um para o outro, ainda na casa, e na coletiva ele perguntou se eu tinha me recuperado bem da minha lesão e eu fiquei muito feliz com essa preocupação e atenção da parte dele.

E quanto ao atual campeão dos pesados que foi seu técnico no reality, Fabricio Werdum, o que você tem a dizer sobre ele?

O Werdum é uma criança grande, um “muleque” de 10 anos no corpo de um dinossauro, muito dedicado, focado, talentoso, quem acompanha MMA é obrigado a reconhecer sua história, sempre foi dado como “azarão” e assim “chocou” o mundo, a evolução dele foi incrível, o cara foi lá e finalizou o Fedor, até então imbatível, depois ele vai lá e finaliza o Minotauro e agora por último finalizou o Cain Velasquez, o cara não é um azarão, o cara é uma realidade, é incontestável .

E a revanche dele contra o Cain Velasquez , o que você acha?

O Cain é um atleta durissimo, um boxe muito alinhado, bom de wrestler, a parte de chão mesmo, um atleta completo, mas eu acredito que o cinturão vai ficar por um bom tempo com o Werdum.

A preparação para a luta do UFC dia 7/11 , como que está?

Está muito forte, as últimas 8 semanas é de trabalho forte tanto na parte de trocação com o Veras, quanto na parte de chão com o Celsinho. Estou preparado para lutar tanto em cima quanto embaixo, eu quero ganhar do jeito mais fácil e rápido não importa se for no chão ou em pé, me sinto confortável tanto em um, quanto em outro.

No dia 03/10 você faz uma super luta contra o Macaco no ADCC, em uma curta distância de tempo para a sua luta no UFC, o que te levou a aceitar esta luta?

Eu tive o convite para lutar o ADCC e eu aceitei logo de cara, apenas pedi para lutar contra alguém do MMA, pelo fato de lutar em uma curta distância de tempo no UFC, pedi para lutar contra alguém que estivesse na mesma pegada que eu e com toda aquela polêmica que teve com a luta do Celsinho x Macaco, me perguntaram o que eu achava de lutar contra o Macaco, então eu aceitei, fiquei amarradão, não tenho nenhum sentimento de vingança, o Celsinho não precisa de ninguém para vingar ele, todo mundo sabe que o Celsinho ganhou aquela luta, mas isso é outra história, tenho muito respeito pelo Macaco e vamos fazer uma grande luta no ADCC.

Em Junho deste ano, no evento Thunder Fight 4, teve a luta do Celsinho Venicius vs Jorge Patino Macaco, o Macaco acabou vencendo o combate por decisão dos juízes, o que foi muito contestado pelo publico, e para você , você concorda? O que você achou da luta? 

Foi um lutão, os dois deram um show, deram o melhor deles, mas na minha visão e de todo mundo que assistiu, o Celsinho venceu 3 ou 4 rounds, o que a gente lamenta foi a falta de ética da arbitragem  de contar com 2 juízes laterais formados pelo Macaco, uma falta de respeito, honestidade e profissionalismo com o atleta Celsinho Venicius e para o publico, inclusive um dos juízes laterais postou uma “selfie” para o ringue com a legenda “Go Macaco”, antes do combate, isso é uma das coisas que tem que acabar, o esporte hoje está em um nível muito alto, e os promotores, árbitros, juízes enfim, tem que acompanhar, porque o atleta faz a parte dele, treina muito, se sacrifica muito para dar o show.

Quando você se preparava para lutar em outra edição do UFC, você sofreu uma lesão na perna, como foi a recuperação?

Eu estava treinando na Kings MMA e dois monstros que estavam treinando ao lado acabaram caindo em cima da minha perna. Fraturei a tíbia, a recuperação foi dura, foram um mês de cadeira de rodas, de cama, e mais 10 meses para poder voltar a treinar. Mas estou 100% recuperado e 100% focado.

Centro de Treinamento do atleta Viscardi Andrade (Foto: Arquivo Pessoal)

Centro de Treinamento do atleta Viscardi Andrade (Foto: Arquivo Pessoal)

Lutar no UFC é o sonho de todos os lutadores de MMA, e você faz parte da organização na divisão dos meios médios, que é muito disputada, como você se sente?

Eu me sinto muito feliz de fazer parte do UFC, e me sinto muito bem nessa categoria, é a categoria certa para mim .

Qual foi o sentimento que ficou após a luta contra Nicholas Musoke? (pois o mesmo achou que tinha nocauteado e saiu comemorando, mas Musoke se levantou e venceu por U.D)

Cara, o sentimento que ficou foi tipo “Como eu sou burro…” (risos), esse overhand eu treinei muito e acabei acertando varias vezes treinando, e sempre parava o combate, e quando vi ele caindo, já achei que ele caiu sem condições, nunca bateria em um adversário que já não tivesse mais condições de lutar, e saí comemorando a vitória, mas ele caiu e tal, mas voltou, e quando eu vi estava comemorando ainda e o cara já estava grudado em mim, e ali em diante ele fez o jogo dele, segurou nos pontos, enfim acabei perdendo a luta pela decisão, acabei vendo a vitória escorrer pelas minhas mãos, o Joe Silva acabou me elogiando e dando uma “carcada”, disse que eu era muito talentoso mas tinha que ter mais atenção, enfim, foi um erro que não se repetirá de novo.

Qual a mensagem que você gostaria de deixar para seus fãs?

Você pode ser do tamanho do seu sonho, então sonhe grande e trabalhe forte que você chega lá, e para todo mundo estar presente no UFC São Paulo para estar torcendo para o time do Brasil que vai ser um grande show!

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Escrito por Alvaro Luiz



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