Entrevista: Matheus Nicolau analisa o futuro do peso mosca e sua carreira

Kauê Macedo entrevista Matheus Nicolau
Matheus Nicolau (Foto: Dave Mandel/Sherdog.com)

Matheus Nicolau (Foto: Dave Mandel/Sherdog.com)

Matheus Nicolau foi um dos maiores prejudicados na atual crise do peso mosca no UFC, sendo desligado da organização com um retrospecto de 3 vitórias e 1 derrota, incluindo um triunfo sobre um ex-desafiante ao cinturão, e estando ranqueado entre os melhores do mundo na categoria.

O contrato foi encerrado após sua primeira derrota, para Dustin Ortiz em julho de 2018, e agora Matheus está no início de um novo ciclo em sua carreira. Em maio de 2019, ele enfrentou Alan Gabriel dos Santos no Future FC 5 e venceu por finalização em pouco mais de 1 minuto de luta.



No próximo sábado, 30, Matheus fará sua estreia no Brave CF, um dos maiores eventos internacionais de MMA do mundo. Ele enfrenta Felipe Efrain, ex-desafiante ao cinturão peso galo do Brave CF e peso mosca do Titan FC, na co-luta principal da noite.

Nessa entrevista, conversamos sobre sua próxima luta, o atual momento de sua carreira e o futuro do peso mosca, que sofre uma crise nunca antes vista no MMA.

Kauê Macedo: Felipe Efrain é um lutador consolidado no circuito internacional e já tem uma bagagem interessante, sendo ex-desafiante ao cinturão peso galo do Brave CF e peso mosca do Titan FC. Como você avalia seu adversário?

Matheus Nicolau: Você disse tudo. Lutador com um histórico interessante apesar de muito novo ainda. Com experiência e uma academia tradicional por trás. É um cara da trocação, mas que também fica a vontade no jogo de solo. Vai ser uma luta bem interessante e acredito que os fãs que ganham com este casamento.

 

Kauê Macedo: O Brave CF está entre as organizações mais importantes do mundo e você já estreia como uma das principais lutas da noite no evento. Como você avalia essa luta no atual momento da sua carreira?

Matheus Nicolau: Foi um casamento legal pro meu momento. Um evento forte, em expansão, que tem uma estrutura muito legal e com visibilidade bem legal no mundo todo. A remuneração ainda é um pouco aquém do que acredito que seja o meu real valor, mas sigo trabalhando por este reconhecimento também no aspecto financeiro.

 

Kauê Macedo: Com a vitória sobre Felipe Efrain, acredita que seu nome já estará entre os principais lutadores da categoria no circuito internacional?

Matheus Nicolau: Espero que sim. Tenho vitórias sobre nomes importantes no mundo da luta, atletas que sempre foram considerados top no esporte. Efrain é mais um atleta de altíssimo nível que vou encarar e estou trabalhando muito forte para terminar o combate com a mão levantada.

 

Kauê Macedo: Você esteve ranqueado entre os melhores do mundo há pouco tempo, está sentindo alguma disparidade técnica no circuito regional brasileiro?

Matheus Nicolau: Fiz apenas uma luta no circuito brasileiro, pelo Future. E foi bem atípica, com um adversário que aceitou lutar em cima da hora por causa de uma lesão do antigo rival. Inclusive, parabéns ao Alan pela coragem de aceitar o desafio, o agradeço e respeito por isso. Dito isso, o cenário brasileiro é rico de talentos, um dos maiores exportadores de “mão de obra” do MMA e sempre tem grandes nomes lutando por aqui.

 

Kauê Macedo: Você estará lutando pela segunda vez consecutiva no Brasil. Têm planos de atuar em eventos internacionais nas próximas lutas?

Matheus Nicolau: O Brave é um evento muito forte no Oriente Médio. Lutar fora do país é consequência do trabalho bem feito em casa, com as oportunidades surgindo no horizonte.

 

Kauê Macedo: Essa será sua segunda luta consecutiva como peso galo. Em algum momento você cogitou fazer essa mudança no UFC, como fez Ray Borg e Sergio Pettis?

Matheus Nicolau: Era uma mudança que sempre esteve na minha mente, mas pra um futuro mais distante, até pela questão de corte de peso menos agressivo e tudo mais. Com a saída do UFC e os moscas ficando às moscas, essa decisão foi ainda mais fácil e optei por mudar logo de divisão. E até então tenho visto apenas benefícios com a mudança.

 

Kauê Macedo: O critério de corte do UFC costuma ser uma sequência de 3 derrotas consecutivas. No seu caso, o corte ocorreu na primeira derrota, que aconteceu após uma sequência de 3 vitórias sobre nomes relevantes da categoria. Como você avalia essa decisão da organização? Acredita que foi baseado exclusivamente na situação da categoria?

Matheus Nicolau: Sim! A categoria entrou num limbo muito estranho. Até dentro do UFC eu fiquei sem respostas durante um longo tempo, com eles sempre me pedindo pra esperar um pouco mais. Até que achei a melhor opção seguir minha vida em outros eventos e no peso galo.

 

Kauê Macedo: Como você vê o futuro do peso mosca dentro e fora do UFC?

Matheus Nicolau: Dentro do UFC não vejo muito futuro. Fora, o peso mosca tem uma força muito grande nos países asiáticos, com o ONE, por exemplo, sendo uma organização que valoriza demais essa categoria e investe bastante nela e sua promoção.



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Jornalista freelancer. Matérias publicadas em Nocaute na Rede, Correio Paulista, Medium, Shion Magazine, NetFighter e Pitaco Esportivo. contato: [email protected]
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