Lutadores de MMA anunciam uma associação que visa melhorar condições para os atletas!

Georges St. Pierre, Tim Kennedy, Donald Cerrone, T.J. Dillashaw, Caín Velásquez e o ex-CEO do Bellator Bjorn Rebney fundam a MMAAA (Mixed Martial Arts Athletes Association) e visam revolucionar o esporte e garantir melhores ganhos e condições para os lutadores.
(Foto: Twitter @MMAAA)

Uma notícia dada na data de hoje chocou o mundo do MMA e prometeu revolucionar o esporte. O ex-CEO do Bellator Bjorn Rebney anunciou hoje, junto a nomes como Georges St. Pierre (ex-campeão meio-médio do UFC), Tim Kennedy (peso-médio do UFC, ex-Strikeforce), Caín Velásquez (ex-campeão peso-pesado do UFC), Donald Cerrone (atleta dos pesos-leves e meio-médios do UFC, ex-WEC) e T.J. Dillashaw (ex-campeão peso-galo do UFC), a criação da MMAAA (Mixed Martial Arts Athletes Association – Associação De Atletas de Artes Marciais Mistas), associação de atletas que visa melhorar condições de trabalho e ganhos para os lutadores.

A maior reclamação e um dos motivos principais para a criação desta associação é a coonsiderada má gestão e tratamento de atletas que o UFC vem oferecendo, principalmente após a compra da organização pelo grupo WME-IMG. Os lutadores consideram injustas as políticas de pagamento, queixam-se da exclusividade de patrocínio que o UFC tem com a Reebok, que impede que atletas faturem mais com patrocínios pessoais, além de problemas com tratamento diferenciado dado a certos atletas enquanto outros menos conhecidos ou ranqueados são desfavorecidos ou mal remunerados.



Membros da MMAAA. Da direita para a esquerda: Bjorn Rebney, Georges St. Pierre, Tim Kennedy, Donald Cerrone, TJ Dillashaw e Cain Velásquez. (Foto: Twitter @MMAAA)

Membros da MMAAA. Da direita para a esquerda: Bjorn Rebney, Georges St. Pierre, Tim Kennedy, Donald Cerrone, TJ Dillashaw e Cain Velásquez. (Foto: Twitter @MMAAA)

Dentre todos os lutadores, St. Pierre foi o que mais falou e mais expôs suas indignações. Visivelmente consternado após várias falhas nas negociações para seu retorno ao UFC, GSP ressaltou que precisou tomar o posto de porta-voz da associação por sentir ter mais coragem do que vários atletas, no que diz respeito a reivindicação de direitos.

“Eu sou um dos únicos atletas que pode dizer que é rico e saudável, o que não é a realidade de muitos outros. Até Conor McGregor não ganha o que creio ser justo. O ponto é que estamos aqui para representar todos que merecem direitos melhores mas não possuem a devida coragem de enfrentar os grandes, seja por medo de demissão, medo de ficarem sem dinheiro e sem nenhum seguro de vida, garantia, plano de saúde ou coisa do tipo.

Eu sei que muitos atletas queriam estar aqui, mas não o fazem. Mas agora é a hora de lutar pelo que é certo, pelo que faz sentido e é importante para nós atletas. Temos de nos impor e não ter medo de enfrentar ninguém. Agora é a hora.”

(Georges St. Pierre em anúncio da fundação da MMAAA)

T.J. Dillashaw foi outro que expressou indignação com o valor pago aos atletas do UFC, dizendo ser absurdo os atletas levarem apenas 8% de todo o dinheiro que o UFC arrecada. Caín Velásquez falou sobre o número de cirurgias que teve de fazer desde seu último combate e do quase nulo apoio que o UFC dá aos lutadores que recorrem a cuidados médicos e precisam afastar-se por longos períodos de tempo. Tim Kennedy mostrou-se engajado e otimista com a criação da associação e crê que a união revolucionará o esporte. Donald Cerrone, apesar de “abrir” seu discurso dizendo que NÃO escreveu discurso nenhum, desabafou e disse que procura fazer o que é certo e que se sentiu impelido a representar os mais de 500 atletas do UFC e não temer risco de demissão ou “geladeira” após recentes eventos envolvendo tratamento inadequado aos atletas.

Apesar de conter poucos membros, espera-se que mais atletas escolham aderir à associação e que nomes como Wanderlei Silva, Mark Hunt e mais recentemente Fabrício Werdum, que já demonstraram insatisfação com o UFC, suas políticas de tratamento e pagamento de atletas, que sejam figuras importantes a promoverem a MMAAA. A organização tem um canal no Twitter (@TheMMAAA) onde postarão todas as suas atividades e eventos onde participarão. Este feito, por si só, já representaria uma grande mudança na história do MMA e o sucesso dessa associação poderá trazer muitas complicações ao UFC e às demais organizações de MMA, caso não forneçam melhores condições de trabalho e ganhos aos atletas.



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Paulistano, São Paulino, baterista, perito em TI, fanático por lutas e viciado em games. Colunista e redator Nocaute Na Rede.
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