Morre a lenda, o maior boxeador de todos os tempos: Muhammad Ali.

Nos primeiros minutos do dia 04 de Junho de 2016, o mundo do boxe é surpreendido com uma trágica notícia. Morreu hoje, em decorrência de insuficiência respiratória, Muhammad Ali,...
Ali e Tyson. (Fonte: www.boxingnewsandviews.com).

Ali e Tyson. (Fonte: www.boxingnewsandviews.com).

Nos primeiros minutos do dia 04 de Junho de 2016, o mundo do boxe é surpreendido com uma trágica notícia. Morreu hoje, em decorrência de insuficiência respiratória, Muhammad Ali, considerado por muitos especialistas e fãs da Nobre Arte como o maior boxeador de todos os tempos. A notícia da morte do ex-pugilista e ex-campeão mundial peso pesado foi divulgada pela imprensa norte-americana. O porta voz da família, Bob Gunnell noticiou o fato: “Após 32 anos de batalha contra o Parkinson, Muhammad Ali morreu aos 74 anos.

Muhammad Ali estava em um hospital de Phoenix, Arizona e foi internado na quinta-feira, apresentando problemas respiratórios. Ali padecia do “Mal de Parkinson” doença da qual estava acometido e que foi diagnosticada em 1980. O lendário ex-pugilista estava com a saúde debilitada nos últimos meses e foi internado por diversas vezes esse ano por conta de infecções.



Muhammad Ali,  com o nome de batismo de Cassius Clay, nasceu em Louisville, Kentucky, em 17 de janeiro de 1942. O pai era pintor e descendente de escravos; a mãe era empregada doméstica.

Ali foi considerado o melhor pugilista de todos os tempos. (Fonte:english.alarabiya.net).

Ali foi considerado o melhor pugilista de todos os tempos. (Fonte:english.alarabiya.net).

Ali renegou o seu nome quando se converteu ao islamismo: “Cassius Clay é um nome de escravo. Eu não o escolhi e não o quero. Eu sou Muhammad Ali, um nome livre – significa amado por Deus – e eu insisti que as pessoas o usem quando falarem para e sobre mim.”

Seu início no Boxe foi aos 12 anos, após ter a bicicleta roubada. Ao encontrar com o chefe de polícia e também treinador de boxe,  Joe Martin, relatou o fato ao policial  e afirmou que iria bater no ladrão, ao passo que Martin lhe respondeu: “Para isso, é melhor você aprender a boxear”.

Sua carreira no boxe foi impressionante. Como amador, aos 18 anos, foi medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960, na categoria meio-pesado, ao vencer na final o polonês Zbigniew Pietrzykowski. Após voltar a sua terra natal, foi vítima de racismo em uma lanchonete. Revoltado, jogou fora a sua medalha.

Ali lutou contra o Superman nas HQ's. Adivinha quem venceu??

Ali lutou contra o Superman nas HQ’s. Adivinha quem venceu??

No profissional, teve um cartel irretocável: foram 56 vitórias, sendo 37 delas por nocaute, e 5 derrotas. Em sua 19ª luta, enfrentou o então campeão Sonny Liston, em Miami, Flórida. Liston era um lutador extremamente forte e agressivo e que inspirava medo nas pessoas por suas supostas ligações com a máfia. Ali provocava sobremaneira o seu adversário, característica essa peculiar a personalidade de Muhammad: “Aposto que você se assusta até a morte só de olhar para o espelho. Seu urso feio! Você nunca lutou contra ninguém a não ser vagabundas e pessoas que não são nada. Você se proclama campeão mundial? É muito velho e lento para ser o campeão”.

Liston se referia a Ali pelo seu nome de batismo, o que o irritava muito. Na luta, Ali desferia golpes em Liston e dizia: Qual é o meu nome, idiota? Qual é o meu nome?”. Ali nocauteou Liston no 7° round e se sagrou campeão mundial peso pesado pela primeira vez.

Ali se esquiva de forte golpe aplicado por Liston.

Ali se esquiva de forte golpe aplicado por Liston.

Pouco tempo depois, por influência de Malcom X, um dos maiores defensores do nacionalismo negro,  se converteu ao Islamismo.

Ali ficou famoso  por lutar contra o racismo e por sua recusa em combater na Guerra do Vietnã:

“Eu não tenho problema algum com os vietnamitas… Eles nunca me chamaram de crioulo. Por que me pedem para por um uniforme e viajar 10.000 milhas para jogar bombas e atirar em pessoas morenas no Vietnã, enquanto as pessoas chamadas de negras em Louisville são tratadas como cães e lhes negam direitos básicos.”.

Na oportunidade, Ali era entrevistado e relatou o episódio de racismo sofrido em sua terra natal, após a vitória nas Olimpiadas de Roma, em 1960.

Na oportunidade, Ali era entrevistado e relatou o episódio de racismo sofrido em sua terra natal, após a vitória nas Olimpíadas de Roma, em 1960.

Por conta dessa atitude, foi banido por 3 anos do boxe e perdeu seu cinturão de campeão mundial, título que manteve durante 10 defesas.

Retornou aos ringues em 1970 e sofreu a sua primeira derrota diante do excelente boxeador Joe Frazier, no embate conhecido como “A Luta do Século”. No combate seguinte, conquistou o título de campeão mundial peso pesado da NABF, que estava vago. Venceu mais 9 combates até perder para Ken Norton, com quem lutou 12 rounds com o maxilar quebrado, lesão que ocorreu no 2° round. Na revanche, venceu Norton para, na sequência vencer outra desforra, desta vez contra o seu antigo algoz, Joe Frazier.

A vitória contra Frazier embalou Ali que teve a oportunidade de lutar contra nada mais, nada menos do que George Foreman, um lutador que demolia todos os seus adversários e era o campeão mundial peso pesado pela The Ring, WBC e WBA.

Protagonizou, então, em 1974, o embate que foi considerado como um dos melhores da carreira de Ali contra o então invicto George Foreman, diante de um estádio lotado com 100 mil pessoas. O confronto foi realizado no Zaire (atual República Democrática do Congo) e foi imortalizado em livros e documentários. A “Rumble in the Jungle”, como foi chamada, foi considerada uma luta estratégica e cerebral: diante de um oponente mais novo e com uma força absurda, Ali usava as cordas e se esquivava dos golpes de Foreman. A ideia era cansar o oponente. No 8° Round, Ali aplicou uma sequência devastadora e colocou o seu adversário na lona. Além disso, Ali ganhou toda a torcida africana enquanto Foreman foi retratado como um símbolo da alienação norte-americana.

Ali derrotou o até então imbatível George Foreman na "Luta do Século".

Ali derrotou o até então imbatível George Foreman na “Luta do Século”.

Ali ficou famoso por seu pensamento rápido, sacadas geniais e frases que ficaram imortalizadas:

“Voe como uma borboleta, ferroe como uma abelha.”

“Já lutei contra um crocodilo, já briguei contra uma baleia! Algemei o relâmpago! Joguei o trovão dentro da cadeia! Vou te mostrar como sou grande! Todos vão se curvar!”

“Impossível é apenas uma grande palavra usada por gente fraca que prefere viver no mundo como está em vez de usar o poder que tem para mudá-lo. Impossível não é um fato, é uma opinião. Impossível não é uma declaração, é um desafio. Impossível é hipotético. Impossível é temporário.”

Ali lutou pela última vez em 1981. Perdeu para Trevor Berbick. Naquele momento, Ali já não era mais o mesmo lutador de outrora. Já manifestava o início da patologia que veio a lhe ceifar a vida na data de hoje.

Em 1996, Ali recebeu uma homenagem na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Atlanta. Carregou a tocha olímpica e recebeu uma réplica da medalha que ganhou em 1960.

Em 1999, foi eleito “O Desportista do Século” pela revista americana Sports Illustrated, apenas um dos diversos prêmios que ganhou pelos feitos conquistados no boxe e na luta contra o racismo.

Morre o homem. Permanece de forma indelével a lenda! Descanse em paz, Muhammad Ali.

ali ferroe como uma abelha

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Boxe Nacional e Internacional

Entusiasta da Nobre Arte e do MMA desde tenra idade. Posso me gabar de ter nascido em uma geração que acompanhou as lutas de Mike Tyson, Maguila, Holyfield, Foreman, Roy Jones Jr, Popó, entre outros e de ter acompanhado os primórdios do MMA (antigo Vale Tudo), desde o chute de Gerard Gordeau em Teila Tuli, o massacre que Rickson Gracie promoveu no Japão, até os dias de hoje, com atletas marciais completos como Jon Jones. Nasci em Curitiba, terra da Chute Boxe e de valorosos guerreiros e espero trazer um pouco dessa experiência para os leitores do Nocaute na Rede.
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