Na Rede da Nostalgia! Pride 23

Essa é a primeira matéria da série de matérias especiais: “Na Rede da Nostalgia”, uma espécie de máquina do tempo, o site todo mês irá relembrar algum evento marcante...

Essa é a primeira matéria da série de matérias especiais: “Na Rede da Nostalgia”, uma espécie de máquina do tempo, o site todo mês irá relembrar algum evento marcante do passado que esteja de ‘aniversário’. Assim aguçará as lembranças dos mais nostálgicos, e para aqueles que não viveram o momento, conhecerão um pouco da história desse esporte que, apesar de não ser tão antigo, já é rico em lembranças.

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Hoje voltaremos onze anos no tempo. No dia 24 de Novembro de 2002 era realizado o evento Pride 23: Championship Chaos 2 .  

Um grande público no Tokyo Dome, presenciaria um evento eletrizante.  A organização japonesa reservou um card recheado de suas maiores estrelas do momento, o surgimento de um mito , uma despedida de um ídolo nacional e uma batalha entre brasileiros que esquentaria uma das maiores rivalidades já vista nesse esporte.  Não se tem duvida que o Pride 23 foi o maior evento daquele ano e marcaria a memória dos fãs de MMA.

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(Foto: Pride)

Murilo Ninja vs. Ricardo Arona – Explode a guerra: BTT vs. Chute Boxe

Era a terceira luta do evento de nove previstas, mas era de longe a luta mais aguarda pela legião de fãs brasileiros.   Ricardo Arona enfrentaria Murilo Ninja, com a missão de vingar a derrota do técnico/lutador, Zé Mário Sperry.    A rivalidade começou quando Zé Mário treinou o lutador japonês, Norihisa Yamamoto, lutador que enfrentaria Assuério Silva, peso pesado da equipe Chute Boxe.  Fato este, que provocaria a fúria de Rudimar Fedrigo, líder da Chute Boxe.

Começaria então, uma série de provocações nos bastidores do evento por parte da equipe curitibana, até que em Abril de 2002,  Zé Mário Sperry e Murilo Ninja se enfrentaram, com vitória por decisão unânime de Ninja, pupilo de Rudimar. Murilo Ninja era a grande promessa do MMA nacional.  Tinha um cartel de 8 vitórias e apenas 1 derrota, sendo de resultado contestado, contra o americano Dan Henderson.  De outro lado, Ricardo Arona já era um nome consagrado no Submission, fazendo história do ADCC em 2001 e com cartel semelhante ao de Ninja, 7 vitórias e apenas uma derrota, porém com uma experiência maior fora do Brasil.

Arona surgia como um desafiante ao título de Wanderlei Silva.  O que era motivo de provocação por parte de Rudimar e do próprio Wanderlei que o desdenhava e dizia que Arona teria que passar antes pelo Murilo Ninja para querer disputar cinturão. A encarada antes da luta anunciava a tensão que já rolava entre as duas equipes. A luta foi uma batalha marcante para os fãs brasileiros.  Depois de 3 rounds, Ricardo Arona foi superior e venceu por decisão unânime.  Uma guerra surgiria também entre os fãs das duas equipes e se arrastaria por mais três anos (Arona se lesionou em 2003), onde finalmente em 2005, Arona e Wanderlei se enfrentariam.   Assista abaixo o vídeo completo da luta.

[youtube=https://www.youtube.com/watch?v=IA7LQ0zVV8c] 

Fedor vs. Herring  –  O Mundo enfim conhece Fedor Emelianenko

Fedor já era um lutador reconhecido no Japão. Campeão do torneio RINGS em 2001, o russo assinou com Pride no ano seguinte e estreiou com vitória, porém foi somente neste evento que o mundo inteiro descobriu quem era Fedor Emelianenko.   Pois do outro lado, havia Heath Herring.  O lutador americano era um dos maiores nomes do evento.  Com vitórias sobre Vovchanchyn, Kerr e Tom Erikson, o americano se tornou temido no Japão. 

Herring entrava como favorito, porém o que se viu foi um massacre imposto pelo russo.  Um show de quedas e uma agressividade impressionante no solo, deixando o rosto de Herring completamente desfigurado e fazendo com que a luta não continuasse no round seguinte.

[youtube=https://www.youtube.com/watch?v=RHnXK8pHM_4]

Minotauro e Wanderlei em ação –  mais um gigante e mais um japonês na mira

Não existia duvidas sobre quem eram os maiores nomes do Pride naquele momento.   Wanderlei e Minotauro eram mais que ídolos, eram mitos entre o japoneses.  O primeiro por ter derrotado Sakuraba de forma violenta por duas vezes e enfileirar outros japoneses que colocaram em seu caminho.  Com estilo brigador, Wanderlei conquistou fãs e só ao ter seu nome gritado pelos loucutores, o Tokio Dome vinha abaixo. Já Minotauro vinha de uma luta épica contra o gigante Bob Sapp.  Um duelo digno de filme que fez muitos japoneses chorarem com sua resistência e reviravolta na luta.

Os japonenes que adoram um mesmo roteiro de sucesso, colocaram mais um japonês no caminho de Wanderlei, com a missão de pegar seu cinturão e vingar o ídolo máximo, Sakuraba.  O nome da vez era Hiromitsu Kanehara.  Um lutador aguerrido, mas não muito talentoso, porém experiente, com bons no RINGS, vencendo nomes como Jeremy Horn e Dave Menne.  Para Minotauro, mais um gigante.  Semmy Schilt era o novo ‘freakshow do Pride.  Com 2,12cm, o karateca holandês já havia somado 3 vitórias sobre japoneses de poucos centímetros. 

O desfecho da história foi favorável aos brasileiros, como a maioria esperava. Schilt não deu o trabalho que Bob Sapp aplicou em Minotauro. O gigante holandês foi vitima da maior arma de Minotauro, seu triângulo.  Se tornou a quarta vitima desse golpe no Pride.   Kanehara surpreendeu e tentou a trocação, porém em poucos segundos levou um knockdown.  Wanderlei que apresentava uma postura diferente do cachorro louco de outros tempos, dessa vez mais centrado no ringue, não deu chance ao japonês, ao ponto do cornér jogar a toalha após um tiro de meta violento no rosto de Kanehara.

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A despedida de um ídolo japonês e as possíveis marmeladas

Os ídolos japoneses encerrariam o evento.  Sakuraba fazendo a luta principal contra o francês, Gilles Arsene, e o duelo de japoneses rivais no pro-wrestling, umas espécie de telecatch, Tamura e Takada eram alvos de suspeitas de uma marmeladas logo quando a luta foi anunciada.  Era a despedida de Takada, treinador de Sakuraba, e ídolo no Japão. Takada que já havia vencida de forma estranha, pra não dizer ridiculamente armada, o americano Mark Coleman, o que repercuti mal até hoje na carreira deste lutador. 

Porém o que se viu foi o contrário.  Tamura, que era um lutador com punch acima da média para os japoneses, acertou um belo cruzado que nocautearia Takada. Já na luta de Sakuraba, golpes estranhos, e knockdowns suspeitos fizeram que essa luta fosse questionada por muitos fãs do evento. Infelizmente isso não era algo incomum no Pride, talvez por essa cultura de pro-wrestling ser muito forte no Japão.  A luta de Hidehiko Yoshida que venceria Don Frye também passou pelos mesmo questionamento.

 No entanto, nada disso apagaria o brilho do evento, que marcaria época na memória dos fãs que madrugavam na internet em busca de vídeos e resultados.  Lutas ao vivo na televisão ainda era  algo improvável.  Nem em sonho se imaginava um evento de MMA na tv aberta, muito menos na rede globo.  Eram outros tempos, porém já havia uns malucos fanáticos, como este que vos fala. Encerro assim a nossa primeira viagem ao tempo.  Até o mes que vem.  Assista abaixo o show de abertura do evento, nisso o UFC nunca chegará próximo ao Pride.

[youtube=https://www.youtube.com/watch?v=mUlTitPN_pE]

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Escrito por: Cassio Lopes



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Criado em 14 de agosto de 2013, o Nocaute na Rede tem como principal objetivo FORTALECER o crescimento do esporte pelo Brasil e mundo a fora, é por isso que desde o início divulgamos os pequenos eventos e atletas que estão começando no cenário nacional.
Um Comentário
  • david
    6 dezembro 2013 at 11:32
    Responder

    saudade…muita saudade dessa época de Net discada e ver caóticamente um evento na madrugada !

  • Responder

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