Nocaute na Rede Entrevista – Joaquim Netto BJJ

Desde a primeira edição, o The Ultimate Fighter Brasil é um celeiro de bons atletas. De lá, já saíram grandes apostas do UFC, como Francisco Massaranduba, Warlley Alves e...

Desde a primeira edição, o The Ultimate Fighter Brasil é um celeiro de bons atletas. De lá, já saíram grandes apostas do UFC, como Francisco Massaranduba, Warlley Alves e Antônio Carlos Cara de Sapato e na edição número quatro do programa, não foi diferente. Vários atletas apareceram com uma grande qualidade e já geram expectativa nos fãs do MMA. Um deles é Joaquim Silva, o Netto BJJ, semifinalista do TUF que, em sua estreia no maior evento do mundo, venceu o experiente argentino Nazareno Malegarie.

O Nocaute na Rede conversou com essa fera do Jiu-Jitsu que volta ao octógono em julho, contra Andrew Holbrook, no TUF 23 Finale.



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Netto BJJ representa a nova geração de lutadores do Brasil (Foto: UFC)

Apesar do apelido, BJJ, a maioria de suas vitórias veio por nocaute. Qual a importância do trabalho do André Dida no treinamento do seu jogo em pé?

Eu sempre fui fã do Dida, ele é um dos maiores strikers do mundo e, com ele do meu lado, me sinto muito mais confortável no meu jogo em pé, no posicionamento e nos golpes. Não só parte em pé, mas ele também agrega conhecimentos no wrestling e no Jiu-Jitsu. Tem dois anos que eu trabalho com o Dida e já adotei ele como meu mestre. Ele é um dos caras importantes na minha vida.

Ultimamente, os brasileiros oriundos do Jiu-Jitsu estão com muita dificuldade em chegar à disputa de cinturão no UFC. O Demian Maia, por exemplo, tem 7 vitórias em 9 lutas entre os meio-médios e o próprio Fabrício Werdum precisou passar por 4 adversários duríssimos até a disputa contra o Hunt. Você acredita que há uma resistência do UFC com os lutadores de Jiu-Jitsu ou isso é apenas uma coincidência?

Eu acho que o problema não é ser lutador de Jiu-Jitsu, mas ser brasileiro. Para nós, é tudo mais difícil por sermos brasileiros em evento americano, eles dão maior visibilidade para os atletas de lá, eu acredito nisso! Os atletas brasileiros de Jiu-Jitsu tem grande excelência e isso tem espaço, tanto nos Estados Unidos, quanto na Europa e na Ásia, todo mundo aprecia bastante Jiu-Jitsu, mas acho que nós somos mais testados e precisamos provar mais do os outros lutadores, americanos e de outras nacionalidades.

Na Evolução Thai, você treina ao lado do Serginho Moraes. Qual a sensação de ter ao seu lado um tricampeão mundial de Jiu-Jitsu?

Treinar com o Sergio Moraes é só alegria! Ele é uma fera no Jiu-Jitsu e tem um excelente jogo para o MMA, um dos melhores! Ele passa muita confiança para a gente, porque tem uma técnica atual, ele está sempre buscando melhorar. Na parte de Jiu-Jitsu ele é o nosso coach, mas além dele, temos várias feras do jiu-Jitsu aqui na academia: temos o Fernando Vieira, campeão mundial,  Luis Killer, Cristiano Urso, Emerson Toco… É uma galera que está voando baixo e o Serginho tem contribuído muito para esse crescimento. Pra gente, treinar com o Serginho é uma motivação! Motivação e muito aprendizado!

Pelo UFC, você bateu o grande favorito da sua edição do TUF Brasil, Nazareno Malegarie, um lutador que tem muita rodagem no cartel. Até onde você acredita que a experiência possa fazer a diferença em uma luta? E com 8 vitórias em 8 combates, você já se considera um lutador experiente para o UFC?

Lutar com o Nazareno Malegarie foi lutar contra dois fatores: a luta em si, minha estreia no UFC, queria sair com a vitória, é claro! E o fato dele ser meu amigo, né? Isso, no começo, pesou um pouco, mas tive que deixar de lado e correr atrás dos meus sonhos. Não podia deixar me atrapalhar! O Nazareno é um lutador aguerrido e, durante a luta, eu acertei alguns golpes que eu senti que entraram, mas ele se mostrou vivo, como se nada tivesse acontecido. Isso aí é a experiência dele! Eu vi que um atleta experiente consegue levar essas situações, Quanto a minha experiência, eu só tenho oito lutas de MMA, mas tenho muita bagagem em competições de Jiu-Jitsu e também no Muay Thai. Aliás, eu terminei minha carreira no Muay Thai  invicto e acho que todas as competições acrescentam muito na sua experiência final.

A sua divisão é uma das mais complicadas do Ultimate. Atualmente, são vários lutadores disputando o posto de número 1 da categoria e mirando no Rafael dos Anjos. Em quantas lutas você acredita que poderá estar disputando o cinturão e, atualmente, quem você considera o principal adversário para o Rafael dentro da sua categoria?

A minha categoria é a mais difícil do Planeta, eu acho. Na categoria dos 70kg são 450 lutadores, entre os que estão nela e os que podem descer ou subir de peso, o que torna tudo muito disputado. Pelo número de atletas e porque os atletas da minha divisão são os melhores do mundo, eu acho que preciso de uma sequência de umas 6 ou 7 vitórias seguidas para chegar em uma disputa de cinturão.

Hoje, o único perigo que eu vejo para o Rafael dos Anjos é o Khabib Nurmagomedov, que derrotou ele e foi uma derrota meio complicada, ele apagou o game do Rafael. Mas depois dessa derrota, acho que o Rafael tomou os poderes do Khabib e evoluiu bastante. Em breve, essa luta vai acontecer e a gente vai poder matar essa curiosidade.

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Netto BJJ venceu Erick Indio Brabo pelo TUF Brasil 4 (Foto: Divulgação)

O Conor McGregor é um ícone de vendas e marketing no UFC. Ele já deu várias declarações dizendo que tem interesse em subir de categoria e lutar na entre os leves. Você consegue se imaginar enfrentando o irlandês um dia? Qual seria sua solução para detê-lo?

cho que o Conor McGregor subir de categoria vai acontecer mesmo, por conta dessa nova política anti-doping que não permite a reidratação intravenosa. Isso aí vai fazer vários atletas mudarem de categoria.

Pra ser campeão, eu tenho que bater em todo mundo e teria que lutar contra ele também. Ele é um cara com bastante poder de nocaute, mas contra o Nate Diaz mostrou algumas falhas, especialmente no Jiu-Jitsu. Ele não tem chão! Se eu enfrentasse o irlandês, faria ele entrar no meu jogo, buscaria a queda e trabalharia o meu jiu-Jitsu. Acho que esse é o modo mais fácil de vencer!

Você lutará no TUF Finale contra o Andrew Holbrook, um finalizador nato e invicto, assim como você. Qual será sua estratégia para parar o americano?

Vai ser uma luta contra um grappler que vai tentar colocar o Wrestling e trabalhar o Jiu-Jitsu. Mas eu confio muito na minha defesa de quedas e vou trabalhar a trocação nessa luta, numa estratégia parecida com a que eu fiz contra o Nazareno, que também é um grappler finalizador.  Desde a casa, eu venho enfrentando wrestlers, então a estratégia já está fixada na minha cabeça, vou abafar o jogo dele e trabalhar a minha trocação. Mas eu também posso surpreender e colocar para baixo, tenho trabalhado isso aqui na Evolução Thai. Mas, no começo, vou trabalhar o jogo em pé e quando a minha mão entrar, ele vai cair!

No mesmo card, teremos a disputa do cinturão peso palha entre a Claudinha Gadelha e a Joanna Jedrzejczyk. O que você acha que pode acontecer nessa luta e em quem você aposta?

Essa luta entre a Joanna e a Claudinha vai ser bastante polêmica, por causa do TUF que a gente tá acompanhando aí, com muitas provocações pessoais entre as duas. Mas quando tem brasileiro lutando, eu torço pela minha Seleção Brasileira, quero que a Claudinha vença e que a gente tenha mais um cinturão do UFC.

Para finalizar, você está no card do TUF Finale. Se pudesse dar um conselho a um lutador da casa, qual seria?

Se eu pudesse dar um conselho, poderia ser resumido em uma palavra: foco. Ali no TUF, você conhece pessoas novas, conhece muita coisa legal, mas não pode perder o objetivo que é ganhar as lutas e seguir em frente no UFC.

A luta entre Netto BJJ e Andrew Holbrook é mais uma atração do TUF Finale 23 – Jedrzejczyk x Gadelha. O Canal Combate transmitirá o evento ao vivo, no dia 08 de julho.

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