O Conselho Mundial de Boxe irá punir os pugilistas profissionais que disputarem as Olimpíadas no Rio

Após a decisão da AIBA que autorizou a participação de pugilistas profissionais nas Olimpíadas do Rio 16, foi a vez  do Conselho Mundial de Boxe (CMB), através do seu...
Será que a decisão da AIBA foi acertada? (Fonte: globoesporte.globo.com).

Será que a decisão da AIBA foi acertada? (Fonte: globoesporte.globo.com).

Após a decisão da AIBA que autorizou a participação de pugilistas profissionais nas Olimpíadas do Rio 16, foi a vez  do Conselho Mundial de Boxe (CMB), através do seu presidente, o mexicano Mauricio Sulaiman, se manifestar. E a ideia de ver profissionais contra amadores não agrada a entidade mais importante do Boxe Mundial: a punição será de dois anos de suspensão para os lutadores profissionais que participarem das Olimpíadas. O dirigente espera que apenas boxeadores recém profissionalizados, acostumados apenas a lutar em até 4 rounds, disputem os Jogos no Rio.

Maurício Sulaiman alertou sobre os perigos advindos dessa decisão: “Fica nas mãos de todos aqueles que votaram a favor dessa medida a responsabilidade por uma possível tragédia que mancharia com  sangue inocente suas mãos e sua moral, marcada exclusivamente pela marca do dinheiro”.



Além de Mike Tyson e George Foreman, outros grandes pugilistas se manifestaram contrários a participação de profissionais nas Olimpíadas: é o caso de David Haye, Lennox Lewis e Julio Cesar Chávez.

Leia, na íntegra, o conteúdo da carta aberta escrita pelo dirigente e que foi divulgada, com exclusividade, pelo site especializado em boxe “Blog do Ohata”:

“O Conselho Mundial Boxe, firme em sua oposição à participação de boxeadores profissionais nos Jogos Olímpicos do Rio-2016

O Conselho Mundial de Boxe tem expressado incansavelmente sua preocupação, a mesma de milhares de pessoas da comunidade do boxe mundial, em relação à proposta da Aiba de permitir que boxeadores profissionais lutem nos Jogos Olímpicos do Rio.

Essa decisão, que foi anunciada hoje [ontem], marca a história do boxe como uma das mais perigosas ações que alguém já cometeu contra o esporte que nasceu 8.000 anos A.C.; o esporte que foi um dos fundadores das olimpíadas originais e o esporte dos poucos que oferecem oportunidade a qualquer país de obter uma medalha olímpica sem importar sua economia, sua estrutura social ou cultural.

O boxe não é um jogo onde se anotam pontos ou cestas; é um esporte de alta periculosidade para a integridade física, especialmente quando há disparidade entre os competidores.

A Rio-2016 corre o risco de ficar marcada como uma olimpíada trágica se a Aiba não proceder com o máximo cuidado ao estabelecer seu plano de trabalho. É altamente perigoso pensar que qualquer boxeador profissional, não importa seu nível, possa competir com qualquer boxeador amador na Olimpíada.

No boxe profissional existem níveis, normalmente são estabelecidos por meio do número de assaltos que se compete, sejam quatro, seis, oito, dez, ou as lutas de título que são em 12 assaltos. Logicamente é impensável que um novato de quatro assaltos vá competir contra um campeão em 12 assaltos.

A objeção absoluta e total a esse assunto está baseada na preocupação com a segurança dos atletas, mas há outras graves incongruências na maneira de proceder da Aiba o que estão publicando hoje [ontem] em seu press release.

Um de seus comunicados fala de um estudo médico que determina a abolição do protetor de cabeça para as lutas [uma das novidades da Olimpíada do Rio], enquanto na realidade tal estudo carece absoluta e totalmente de uma interpretação médica e só engloba estatísticas com um alto grau de confusão e manipulação em sua interpretação.

Por outro lado reconhecem como “Boxeador Profissional Não-Aiba” qualquer boxeador profissional que deseje participar da Olimpíada. Há evidências intermináveis de práticas monopolísticas e de abuso de poder que a Aiba aplicou em muitos países, prejudicando no processo o boxe amador e acabando com estruturas e plataformas para a proteção desse esporte no mundo.

Há muitos outros assuntos para rebater e combater no que a Aiba faz, mas o assunto principal, sem dúvida alguma, é a grave preocupação do que pode acontecer nessa olimpíada quando acontecerem, se é que irão acontecer, lutas entre boxeadores novatos e jovens com boxeadores experientes no boxe profissional, com diferente estrutura física e mental.

O único motivo para a Aiba tomar essa decisão é evidentemente comercial, e se atreve a se comparar [o boxe] com outros esportes, como o basquete, o tênis etc.

Temos ainda a esperança de que qualquer boxeador profissional que for à Olimpíada do Rio-2016 seja de um nível básico e elementar, por exemplo boxeadores de quatro assaltos, e que não participem campeões mundiais ou boxeadores que pelos motivos explanados anteriormente possam chegar a causar danos permanentes a boxeadores amadores.

Fica na mão de todos aqueles que votaram a favor dessa medida a responsabilidade por uma possível tragédia que encheria de sangue inocente suas mãos e sua moral que está marcada exclusivamente pela marca do dinheiro”.

Não obstante haja essa decisão por parte do CMB, o camaronês e boxeador profissional Hassan N’Dam N’Jikam, ex-campeão interino dos médios, pretende participar dos Jogos Olímpicos no Rio. Para tanto, irá disputar o pré olímpico mundial, a ser realizado na Venezuela. Seu cartel no profissional é de 35 lutas, com 33 vitórias (19 por KO) e 2 derrotas (perdeu após 12 rounds para David Lemieux e Peter Quillin).

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Entusiasta da Nobre Arte e do MMA desde tenra idade. Posso me gabar de ter nascido em uma geração que acompanhou as lutas de Mike Tyson, Maguila, Holyfield, Foreman, Roy Jones Jr, Popó, entre outros e de ter acompanhado os primórdios do MMA (antigo Vale Tudo), desde o chute de Gerard Gordeau em Teila Tuli, o massacre que Rickson Gracie promoveu no Japão, até os dias de hoje, com atletas marciais completos como Jon Jones. Nasci em Curitiba, terra da Chute Boxe e de valorosos guerreiros e espero trazer um pouco dessa experiência para os leitores do Nocaute na Rede.
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