A situação do UFC está, no mínimo, turbulenta. Após a venda astronômica da organização em Agosto deste ano para o grupo WME-IMG por um pouco mais de quatro bilhões de dólares, o que antes dava esperanças de melhoria, hoje é bem diferente disso e muito do que a nova administração vem implementando está sendo alvo de críticas e consternação. A situação começou a dar indícios de que estava ruim quando figuras importantes como Burt Watson, Jacob “Stitch” Duran, Dave Sholler, Joe Silva e Giovani Decker e até Lorenzo Fertitta estavam saindo da organização após divergências com a administração, conflitos internos e outros fatores.
Isto se estendeu também aos demais escritórios do UFC. Mais da metade do staff do UFC Asia foi demitida e uma informação circulou através do jornalista Ariel Helwani de que 60 a 80 funcionários ainda seriam desligados da organização. Além disso, outras figuras importantes do Ultimate também deram adeus à organização como Ken Berger (Executivo, gerente geral e vice-presidente do UFC Asia), Marshall Zelaznik (CCO – Chief Content Officer), Garry Cook (CGBO – Chief Global Brand Officer, responsável pela promoção da marca pelo mundo), e Jamie Pollack (Vice presidente sênior de Global Branding) e mais recentemente, Tom Wright (Executivo, gerente geral e vice-presidente do UFC Canada).
A resposta da WME-IMG é de que está eliminando “redundância na execução de serviços” e que “a companhia visa eliminar retrabalhos nas áreas de marketing, promoção global, organização de eventos, licenciamento, patrocínios e produção” mas que nenhum evento já agendado seria prejudicado ou cancelado. A WME-IMG também garantiu que apesar da drástica redução de staff, nenhum escritório será efetivamente fechado e nenhuma operação será encerrada em lugar nenhum. Apesar destas alegações, estima-se que até 15% do staff mundial do UFC seja cortado.
Funcionários do escritório do UFC em Las Vegas, considerado a sede da organização, dizem que a atmosfera interna da empresa é “similar a de um necrotério” e que o medo tomou conta de todos os setores. O temor geral é de que a WME-IMG implemente seu próprio staff em todo o UFC e que gradativamente livrem-se de toda a workforce da organização até que possam colocar seus próprios colaboradores para trabalhar para o Ultimate.
O problema, entretanto, aumenta ainda mais quando o assunto é LUTADORES. Recentes episódios com José Aldo, Georges St. Pierre, Julianna Peña, Khabib Nurmagomedov, Luke Rockhold, Al Iaquinta, Tatsuya Kawajiri, Chris Weidman dentre muitos outros que se revoltaram com a organização mostram que tais mudanças estão afetando a TODOS envolvidos irrestritamente. Muitos reclamam de injeções milionárias de dinheiro feitas ao UFC por patrocinadores (principalmente a Reebok) não servirem para melhorar a condição dos lutadores, tampouco permitir-lhes melhores ganhos além de recentes atritos de lutadores com a cúpula administrativa e jurídica do Ultimate por questões contratuais. Os atletas também temem que o “facão” vise também reduzir o plantel de atletas da organização e que a WME-IMG adote políticas mais agressivas, que visem um corte de atletas e redução de custos mais rápido.
Até então, a WME-IMG não deu mais nenhuma informação sobre os recentes cortes e a situação da organização, mas espera-se que mais figurões ainda deixem o UFC e que mais mudanças aconteçam até o final do ano. Da antiga cúpula chefe da Zuffa LLC, Dana White ainda é o presidente da organização, porém Frank e Lorenzo Fertitta reduziram drasticamente seu percentual de participação nas ações da empresa, dando os novos postos de CEOs do Ultimate, antes cargo de Lorenzo, à Ari Emanuel e Patrick Whitesell.