O ano de 2013 teve um saldo positivo para o UFC devido aos diversos marcos alcançados pela franquia no seu objetivo de globalização. Porém, em nenhum outro ano, tantas decisões foram contestadas como nesse ano que passou. Mídia, lutadores, treinadores e principalmente os mandatários do UFC se mostraram contrariados a diversos resultados. Não há duvidas que para muitos, esse sistema vigente de pontuação é falho, mas a questão é: como melhorar?
Para quem desconhece o atual sistema, se trata de três juízes em diferentes posições do octógono que avaliam o combate round por round. Os juízes analisam a quantidade de tempo em que a luta se desenvolve, se a maior parte do round se passar no chão o grappling será valorizado antes da trocação e vice-versa. Se no round houver equilíbrio na quantidade de tempo, o grappling e a trocação serão analisados na mesma medida.
(Foto: Getty Images)
O sistema atual de pontuação no MMA é baseado no sistema do Boxe. Partindo do método dos 10 pontos para pontuar. O vencedor leva os 10 pontos e o perdedor leva 9 pontos. Se nenhum dos lutadores mostrar controle da luta, ambos recebem 10 pontos. Agora, se um lutador dominar de forma muito contundente, o adversário poderá receber 8 ou 7 pontos e aí chegamos ao x da questão.
No sistema do boxe o 10×8 ou 10×7 é feito de forma clara e explícita, devido ao knockdown e a abertura de contagem. No MMA a regra vira uma questão subjetiva. Um juíz pode ver claramente um 10×8, enquanto outros seguirão pontuando um 10×9.
Existem lutas que podem se encaixar perfeitamente nesse exemplo. LyotoMachida vs. Quinton Jackson foi decidida em 3 rounds. Nos dois primeiros, praticamente nada aconteceu. Rampage recebeu uma leve vantagem por ter se movimentado sempre pra frente, porém não fez qualquer golpe significativo. No terceiro round, porém, LyotoMachida por muito pouco não finalizou a luta. Mostrou superioridade em pé ao conseguir um knock-down e superioridade no chão, passando a guarda e encaixando um triângulo que deixou Rampage em apuros. O resultado disso: o mesmo 10×9 dos rounds em que Rampage ‘caminhou para frente’.
(Foto: Getty Images)
Lutas nesse ano, como a de Edson Barboza vs. Danny Castillo e St. Pierre vs. Hendricks, foram alvo de questionamentos do chefão, Dana White. Em ambas as lutas, aconteceram rounds em que um lutador venceu de forma totalmente contundente e a pontuação foi a mesma de um round equilibrado posteriormente.
Além da questão da subjetividade, o sistema de pontuação atual, baseado no Boxe, é falho pela diferença entre os rounds. No Boxe são de 10 a 12 rounds, enquanto no MMA, a maioria das lutas são decididas em apenas 3 rounds. O ‘efeito colateral’ disso é prevalência de lutadores burocráticos aos mais talentosos. É comum assistir em diversas lutas, um lutador travar o combate até o minuto final pra conseguir uma queda e garantir seus 10×9.
A mudança desse sistema atual já é ventilada por nomes influentes. Além de Dana White, outros nomes manifestaram a necessidade dessa mudança. Andy Foster, executivo da Comissão Atlética da Califórnia, clama por uma pontuação que julgue a luta pelo conjunto completo. A árbitra do UFC, Kim Winslow, propôs uma criação de uma pontuação dividida por categorias (controle, dano e grappling/trocação). Existem ainda os que defendem a criação de um sistema quebrada de pontuação (10×9.5 por exemplo para rounds de pouca diferença). O certo é que sistema atual é falho e seus dias estão contados. Enquanto isso, esperamos pela próxima decisão polêmica.
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Escrito por Cassio Lopes
