Pai Montanha Analisa #2: O UFC paga bem a seus atletas?

Nos últimos anos, muito se tem discutido sobre o quanto se paga aos lutadores da maior organização de MMA no mundo. Grande parte disso se deve a reclamações de...

Nos últimos anos, muito se tem discutido sobre o quanto se paga aos lutadores da maior organização de MMA no mundo. Grande parte disso se deve a reclamações de grandes lutadores e ex-lutadores do Ultimate que levantaram uma verdadeira polêmica. Wanderlei Silva, após ser banido pela Comissão Atlética de Nevada, passou a fazer forte apelo midiático em favor dos lutadores, e contra o Big Boss do UFC, Dana White. Em março deste ano, também, muito se falou sobre o que a grande estrela Ronda Rousey recebeu no UFC 184, em face de maiores bolsas de atletas considerados “inferiores” no mesmo evento.

Até o UFC 184, Ronda Rousey tinha apenas a 48ª maior bolsa da franquia (Foto: UFC via Getty Images)

Até o UFC 184, Ronda Rousey tinha apenas a 48ª maior bolsa da franquia (Foto: UFC via Getty Images)

O UFC sofreu drásticas mudanças em sua estrutura após o histórico UFC 189, no qual a famigerada parceria com a Reebok entrou em vigor. A união, duramente criticada por diversas personalidades das artes marciais, com a marca de produtos esportivos foi estimada em cerca de US$ 70 milhões, e se deu da seguinte maneira: os lutadores foram divididos em cinco categorias: os veteranos com mais de 21 lutas, os atletas com 16 a 20 lutas, os com 11 a 15 combates, os com seis a dez combates e os que possuem de um a cinco duelos no Ultimate. Ainda existem duas categorias especiais: os desafiantes ao título de cada categoria e seus respectivos campeões. Com base nos números dos eventos pós-parceria com a Reebok, vê-se que os campeões recebem US$ 40 mil (números que não integram a bolsa do atleta, paga diretamente pelo UFC).



Da mesma forma que a Reebok, o UFC paga (ao menos teoricamente) com base no número de lutas, dando maiores salários aos campeões do evento. Após obliterar Bethe Correia, no UFC 190, Ronda Rousey recebeu cerca de US$ 140 mil (sendo US$ 70 mil de bônus pela vitória). Números bem inferiores aos US$ 500 mil recebidos por Chad Mendes na disputa de cinturão interino dos penas contra Conor McGregor, pelo UFC 189, já sob a égide da “Era Reebok”. Vale lembrar que Rowdy ocupa a 4ª colocação no ranking peso-por-peso do UFC, enquanto Money sequer aparece na lista. Pode-se até notar uma discriminação de gênero nas bolsas pagas aos atletas, mas vale lembrar que Mendes já lutou pelo banner do UFC em 11 lutas, enquanto Rousey fez sua 6ª aparição no octógono. E você, caro leitor, pode achar que essa desigualdade brutal de salário não pode ser explicada tão-somente por uma diferença de 5 lutas no UFC. Perfeitamente. Parece que o UFC é mais uma das grandes empresas mundiais que usa da mulher para ganhar milhões e pagar migalhas. No entanto, mais que a discriminação de gênero, e o preconceito contra a mulher, vamos ao último ponto deste post, que além de assustar, deve deixar tanto lutadores como lutadoras com muita raiva.

O maior astro da companhia, Anderson Silva pode ter levado, em uma luta, US$ 5 milhões (Foto: UFC via Getty Images)

O maior astro da companhia, Anderson Silva pode ter levado, em uma luta, US$ 5 milhões (Foto: UFC via Getty Images)

Certa vez, em 2013, Dana White pronunciou-se dizendo que já pagou a um atleta do UFC a quantia de US$ 5 milhões. Sem revelar qual lutador, grande parte da mídia especializada creditou a “bolada” a Anderson Silva, considerado por muitos, como o maior nome da história UFC. Em contrapartida, o maior astro do boxe mundial, o americano Floyd Mayweather recebeu, apenas para entrar no ringue, a bagatela de US$ 100 milhões, sem contar com bônus e patrocínios. Talvez seja por esta razão que o atual melhor lutador do mundo José Aldo tenha quebrado o silêncio ao falar que no UFC os atletas praticamente pagam para lutar, haja vista os altos investimentos lutadores com academias, treinadores, preparadores físicos, nutricionistas, viagens etc. Bem como Wanderlei Silva, que praticamente declarou guerra a Dana White e às diretorias do Ultimate, clamando por melhores condições aos lutadores, que tanto geram lucros. Só para se ter ideia, apenas com a venda de pacotes pay-per-view, a revanche entre Chris Weidman e Anderson Silva, no UFC 168, alcançou um lucro de US$ 28 milhões. Vale lembrar que no boxe, os lutadores recebem um percentual sobre as vendas de pay-per-view bem maior do que os lutadores no UFC. Resta saber se as reclamações por parte da galera do MMA vai fazer algum efeito em seus bolsos.

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Escrito por Gabriel M. Neves



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