Picaretagens nas artes marciais

Para qualquer atividade que você olhe, principalmente àquelas que de cunho comercial, você poderá observar a presença dos chamados picaretas. Com o crescimento cada vez mais intenso do capitalismo,...

Para qualquer atividade que você olhe, principalmente àquelas que de cunho comercial, você poderá observar a presença dos chamados picaretas.

Com o crescimento cada vez mais intenso do capitalismo, os picaretas tem cada vez mais invadido um meio que historicamente sempre fora conhecido por seus princípios, princípios principalmente de honra, o meio das artes marciais.



Em meio a arte marcial, um dos principais meios de picaretagem é a venda de diplomas e de graduações, seja feitas pela internet ou mesmo pessoalmente.

No jiu jitsu, a cada dia vem crescendo um movimento de graduação on line. O negócio é bem simples, basta pagar um quantia determinada pelo vendedor e responsável pela graduação, e você receberá sua faixa preta e seu diploma, tendo assim a autorização para exercer a profissão de professor de jiu jitsu.

A família Gracie é conhecida como criadora do ‘brazilian jiu jitsu’, que difundiu a “arte suave” pelo mundo e sempre buscou honrar a arte marcial por eles criada, no entanto até mesmo entre eles, há quem faça a tão condenada prática de venda graduações on line.

“Está uma vergonha a forma como o jiu jitsu está sendo vendido. Eu fico com vergonha de falar que o Rener e Ryron dão aulas pela internet, onde você pode pegar uma faixa de um Gracie pela internet. Fico triste de saber que isso está acontecendo agora. Infelizmente, não posso fazer nada. Não sou dono do mundo, só posso controlar o que faço. O Jiu-Jitsu é uma arte marcial. É preciso botar seu sangue na academia, conviver com seu professor e merecer a faixa. É algo que se ganha com tempo, experiência, e não com dinheiro e amizade”, declarou Kron Gracie, filho de Rickson Gracie, citando dois membros de sua família que são adeptos à prática da venda de graduação de modo virtual.

As picaretagens não são exclusividades do jiu jitsu. Uma matéria fora feita e divulgada pelo site “ZH” em dezembro de 2014, denunciando sobre esquemas de vendas de graduações de muay thai no estado do Rio Grande do Sul. A reportagem da “ZH’ negociou e conseguiu comprar certificados de grau preto em 4 das 6 federações oficiais de muay thai do estado, mediante apenas a um pagamento. Minutos depois de ser realizado o depósito com o valor negociado, o certificado já estava em mãos.

Certificado de muay thai que fora comprado pela reportagem da ZH, pelo valor de R$ 1.448 reais, emitido pela Federação de Muay Thai do Rio Grande do Sul, FMTRS (Foto: ZH)

Recentemente, aconteceu um caso onde um professor saiu de seu estado rumo a outro. Ao retornar, apenas uma semana depois, o mesmo já havia tornado-se “luva de prata”, uma espécie de faixa preta, de savate, tudo também mediante ao pagamento de um valor específico, com direito a certificado e tudo mais.

Esses são só alguns poucos exemplos de espécies de picaretagens que estão acontecendo por aí. Nenhum esporte ou arte marcial está imune a este tipo de gente, a este tipo de situação. Mestres ou professores que vendem graduações, pessoas que pagam por elas, todos contribuindo de forma negativa para algo que já não é lá muito valorizado em nosso país. Infelizmente, a situação só tende a piorar, e conseguir ter controle sobre a situação fica cada dia mais complicado.

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Escrito por Kaio Teixeira Lima



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Pai, marido, neto, amante da família; filho de Deus; Graduando em Comunicação Social (Rádio e TV) na Universidade Federal do Maranhão; Editor chefe do Nocaute na Rede, sonha em seguir carreira na área esportiva; Redator nas seções de MMA nacional e internacional; Apaixonado por rádios, jornais, livros, podcasts, filmes, séries, comidas, esportes em geral (principalmente MMA, futebol e basquete); Praticante de MMA e muay thai;
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