Rashad Evans quebra o silêncio e fala sobre momento delicado na Blackzilians.

"Praticamente não existe mais Blackzilians", diz Evans. Time está se "desmantelando" e que a essência de uma das maiores equipes de MMA no mundo está deixando de existir.
(Foto: MMA Core)

O peso-médio Rashad Evans, ex-campeão dos meio-pesados do UFC, abriu o jogo e quebrou o silêncio sobre um momento delicado por qual seu time passa. Os Blackzilians, uma das maiores e melhores equipes de MMA no mundo, vem se “desmantelando”, conforme diz Evans. Durante edição de segunda do podcast The MMA Hour do jornalista Ariel Helwani, Evans comentou sobre o momento vivido pelos Blackzilians.

“A verdade é que o time se desmantelou, está se fragmentando. Ficou muito complicado para o Glenn [Glenn Robinson, fundador do Blackzilians e da Authentic Sports Management, que gerencia alguns atletas] manter a equipe unida e tudo sob controle. Henri [Henri Hooft, técnico de striking e um dos principais treinadores da equipe] queria criar sua marca, ter as suas coisas, representar o próprio nome – não levem a mal, eu sei que é parte da vida, é parte desse lance de fragmentar tudo – e queria que as coisas caminhassem para um lado que Glenn não era de acordo. O problema era que com essa fragmentação, ficamos sem academia.



A academia antiga foi vendida e o Glenn construiria outra, alocando a equipe em uma academia temporária. Houve desentendimento com os proprietários do espaço da academia provisória e acabou ficando apenas uma porção da equipe lá com o Glenn e uma grande leva de atletas foi junto com o Henri, incluindo a mim mesmo.”

(Rashad Evans sobre divisão da Blackzilians)

Com esta alteração, Evans, Anthony Johnson, Kamaru Usman, Gilbert Burns e Michael Johnson foram treinar a 20 minutos de Boca Raton, local da academia provisória, e se instalaram em Boynton Beach e o time foi trazendo mais nomes ao seu plantel como Eddie Alvarez, Matt Mitrione e Alistair Overeem. Na tarde da segunda feira, 16 de Janeiro, uma postagem no Instagram de Henri Hooft confirmou o que Evans dizia: Hooft rompeu ligações com a Blackzilians.

Parte da equipe Blackzilians (Foto: Blackzilians.com)

Parte da equipe Blackzilians (Foto: Blackzilians.com)

O clima ficou pesado entre os atletas e era comum que discussões e desentendimentos fizessem parte do dia a dia dos treinos. Evans falou a Ariel sobre a frustração que era chegar para treinar e deparar-se com desentendimentos e descontentamentos e o que de fato está acontecendo com os Blackzilians.

“No final do dia, eu me sentia tão enojado, farto de chegar na academia e ter que apagar incêndios, apaziguar conflitos… Era muito drama, muitos querendo passar a perna em outros, tomarem posições, exigirem posições… Eu ficava ‘ei, caras… Cortem essa, eu só quero treinar…’ mas era complicado. Muitos outros caras chegavam lá para treinar e era isso que motivava o time. Agora tem toda essa bagagem do rompimento com o Henri, toda essa poeira densa, e tudo isso entra na frente, atrapalha o desenvolvimento e a união da equipe… E isto está ficando desgastante demais.

Neste momento, posso dizer que não existe mais Blackzilians. Ou pelo menos o nome. No mais, continuamos treinando juntos, embora não necessariamente representando a equipe. Claro que não direi que é um fim definitivo, mas nada é como era antes, sabe? Tem caras que começaram sua própria equipe e coisa do tipo… A situação está assim.”

(Rashad Evans sobre status da Blackzilians)

Blackzilians (Foto: FighterOnly Mag)

Blackzilians (Foto: FighterOnly Mag)

Evans comentou também sobre problemas que afetaram seu camp para luta contra Tim Kennedy pelo UFC 206, que foi cancelada pelos médicos devido a exames de “Suga” não serem adequados para dar ao atleta permissão para lutar. Segundo o mesmo, os desentendimentos e o drama eram parecidos com o de “fofocas de colegial” e que, para manter o foco e a compostura, teve de adotar um camp nomádico.

“Era drama demais. Parecia turmas de dez escolas fazendo fofoca… Era um saco. Para meu camp contra Tim Kennedy, era desanimador ir treinar. Eu tive que adotar um esquema meio nomádico, tipo ‘hoje estarei em tal lugar, mas amanhã irei para tal lugar…’, sabe? Eu não queria ir para a academia. De vez em quando fazia sparrings com os grandes atletas e parceiros que tenho lá, mas no mais fiz tudo no meu horário, na minha rotina e no meu jeito…”

(Rashad Evans sobre camp para luta contra Tim Kennedy)

Sobre a dissolução da equipe, Rashad apontou alguns motivos, quase todos relacionados a falhas de administração por Glenn Robinson. O americano disse que a dissolução poderia ter sido evitada de “Glenn dissesse mais ‘nãos’ e fosse franco consigo mesmo sobre o que consegue ou não fazer” além de citar que Robinson “deixava-se desgastar e consumir pelas dificuldades e sacrifícios do mundo das lutas”.



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Paulistano, São Paulino, baterista, perito em TI, fanático por lutas e viciado em games. Colunista e redator Nocaute Na Rede.
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