O UFC anunciou que o ex-campeão meio-médio, Tyron Woodley, vai enfrentar o ex-campeão interino meio-médio, Colby Covington, na luta principal do card que acontecerá no dia 19 de setembro e será realizado no UFC Apex, o “quartel general” do Ultimate em Las Vegas, local em que tem acontecido os eventos do UFC em solo americano durante este período de pandemia.
Tyron Woodley tem 38 anos e um cartel com 25 lutas, 19 vitórias (7 nocautes, 5 finalizações e 7 por decisão), 5 derrotas (1 nocautes e 4 por decisão) e 1 empate. Ele iveu grande fase no período de 2014 a 2018. Ficou 7 lutas sem perder, conquistou o cinturão da divisão e ainda defendeu por 4 vezes de forma bem sucedida. Mas agora vive provavelmente o pior momento da carreira. São 2 derrotas seguidas. Perdeu o cinturão para Kamaru Usman em 2019 e esse ano foi superado por Gilbert Durinho. Nos dois duelos o ex-campeão foi completamente dominado por 5 rounds.
O polêmico Colby Covington tem 32 anos e um cartel com 17 lutas, 15 vitórias (2 nocautes, 5 finalizações e 8 por decisão) e 2 derrotas (1 nocaute e 1 finalização). Após ser finalizado por Warlley Alves, campeão do TUF Brasil 3, em 2015, Colby engrenou 7 vitórias seguidas, vencendo nomes como Demian Maia, Rafael dos Anjos e Robbie Lawler, chegando a conquistar o cinturão interino da categoria. Mas em 2019, na sua última apresentação até o momento, foi nocauteado pelo campeão linear dos 77kg, Kamaru Usman.
Uma vitória, para qualquer um, diante de um oponente de tanto prestígio e posição dentro da categoria, pode garantir um ‘tittle shot’, o direito de enfrentar o vencedor da luta entre o campeão, Kamaru Usman, e o desafiante, Gilbert Durinho. As provocações têm sido intensas entre eles e isso desde a época que ‘The Chosen One’ ainda era o detentor do título. Os dois já foram companheiros de equipe (American Top Team), mas Colby nunca fez questão de ter respeito ou qualquer coisa do tipo pelo adversário da vez. Agora, sobre a luta em si, duvido muito que Woodley, baseado em suas últimas apresentações e até mesmo seu histórico, consiga segurar o inimigo.
Covington é enjoado, provocador e desperta o ódio em todo mundo. O bicho é tão “desagregador de ambiente” que preferiu sair da American Top Team porque o próprio sabia que tinha criado um clima insustentável, com todos os “companheiros de equipe” querendo literalmente arrancar sua cabeça. Mas esse é o personagem que ele criou e buscou ser na expectativa de arrecadar mais, de atrair mais olhares. Não importa se as pessoas querem apenas vê-lo cair, o cara trouxe pra si aquele ditado que diz “falem bem ou falem mal, mas falem de mim”. E isso de fato rende. Mas ao contrário do que muitos dizem por aí, é inegável que dentro do octógono tem uma baita competência.
Agressivo, destemido, “queixo duro” e um gás interminável já o fazem um oponente complicado. Se o boxe não tem lá grande qualidade,o jogo de grappling é mais do que “encardido”. Rafael dos Anjos e Robbie Lawler, strikers do mais alto calibre, sucumbiram ao jogo de pressão de Colby, seja ele no chão ou na grade. A jogo de isometria intenso fez com que os ex-campeões, respectivamente dos leves e meio-médios, quando ganharam um espaço pra soltar a mão, já estivessem cansados, sem velocidade e potência. Covington faz o jogo sem vergonha, não importa se dizem que é feio, o importante é que é eficaz, dá resultado. E do outro lado vai ter alguém cujo jogo casa perfeitamente para ele.
Woodley é muito explosivo e dono de uma mão pesadíssima. Robbie Lawler e Stephen Thompson souberam bem o que é levar uma patada desse monstro. Mas pra fazer esse jogo ele precisa de espaço, jogar da média pra longa distância. Rory MacDonald, Kamaru Usman e Gilbert Durinho possuem duas coisas em comum: 1) todos venceram Woodley; 2) utilizaram a mesma estratégia, dando pressão, tirando o espaço, abafando o tempo todo. E isso é exatamente o jogo que Covington gosta de fazer. Vai ser preciso acertar as contas rápidas, porque dependendo de como as coisas se desenrolarem no 1º round, Tyron vai precisar de um “balão de oxigênio”.
E você, meu caro leitor, aposta em quem? Na mão brutal de Woodley ou no jogo
Texto e edição: Kaio Lima
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