UFC 235: O que esperar de Jon Jones vs. Anthony Smith

Jon Jones defende o cinturão contra Anthony Smith no UFC 235
Jon Jones e Anthony Smith (Foto: Divulgação/UFC)

Este sábado (02), os olhos do mundo estarão voltados para a T-Mobile Arena, em Las Vegas, Nevada (EUA).

O UFC 235 presenteará os fãs com um card recheado de boas lutas e duas disputas de cinturão. No co-main event da noite, Tyron Woodley defende o título dos meio-médios contra o nigeriano Kamaru Usman. No main event, Jon Jones volta ao octógono para defender o cinturão dos meio-pesados contra Anthony Smith.



Após mais de 1 ano afastado por testar positivo em um exame anti-doping , Jon Jones voltou à ativa em dezembro de 2018, quando venceu o sueco Alexander Gustafsson por nocaute técnico e reconquistou o cinturão que, diga-se de passagem, nunca perdeu dentro do octógono. Aliás, a categoria nunca teve um lutador mais dominante que o americano. ‘’Bones’’ ostenta o recorde de mais vitórias (17) e mais triunfos por nocaute ou finalização (10) na história do peso meio-pesado do UFC.

 

Com um wrestling afiado e um ground n’ pound poderoso, Jon Jones é temido pelas cotoveladas furiosas que desfere quando a luta vai para o solo. Ao longo dos anos, também se especializou no muay thai. Com uma envergadura de 2,15, domina a distância como ninguém e é difícil de ser atingido. Sem contar com as finalizações que, de vez em quando, tira da cartola. Jon Jones é um lutador completo.

É difícil apontar uma brecha no jogo do campeão. Talvez, por ser um wrestler, lutar com as costas no chão seja o seu ponto fraco. Porém, é quase impossível derrubá-lo e mantê-lo no solo. É provável que nunca vejamos essa potencial brecha ser explorada. Se Daniel Cormier não conseguiu, quem conseguirá?

Do outro lado do octógono, no córner azul, Anthony Smith parece não se importar com as diversas armas do campeão. O americano, natural de Nebraska, acredita que vai “chocar o mundo’’.

Após perder para Thiago ‘’Marreta’’, Smith subiu de categoria e decidiu se aventurar entre os meio-pesados do UFC. A aposta deu certo. Em um curto espaço de tempo, ‘’Lionheart’’ nocauteou os ex-campeões Maurício ‘’Shogun’’ e Rashad Evans, ambos no 1º round. Em sua última luta, finalizou o ex-desafiante ao cinturão Volkan Oezdemir e garantiu uma chance pelo título da categoria até 93 kg.

Com 17 nocautes na carreira, não é segredo para ninguém que Anthony Smith tem a mão pesada. O desafiante possui poder de nocaute e trabalha bem as joelhadas e cotoveladas na curta distância.

Para ‘’Lionheart’’, o ataque é a melhor defesa. Essa é a sua maior virtude e, provavelmente, seu maior vício.

Smith é o soldado que fica na linha de frente. Não se importa com o tiroteio. Vai para matar ou morrer.

A má notícia para o desafiante é a seguinte: Jon Jones é um sniper.

Jon Jones (Foto: Reprodução/Twitter)

O campeão não entra em fogo-cruzado. Pelo contrário, atinge sem ser atingido. Cada passo dentro do campo de batalha é friamente calculado.

Será que Anthony Smith tem chances de fazer o que ninguém fez até agora?

Não existe uma área do MMA na qual Anthony Smith seja melhor que Jon Jones.

‘’Bones’’ já nocauteou strikers, botou para baixo um wrestler olímpico e finalizou faixas-preta de jiu jitsu.

Além de todos esses fatores, é difícil ignorar o fato de que Anthony Smith já foi nocauteado 8 vezes na carreira. E duas das suas últimas 4 vitórias foram contra Héctor Lombard – que acumula 6 derrotas seguidas – e Rashad Evans, que vem de 5  derrotas consecutivas.

Jon Jones (Foto: Reprodução/Twitter)

Nosso esporte é fascinante, porque é imprevisível. Quando a porta do octógono fecha, tudo pode acontecer.

Aliás, de vez em quando, os deuses do MMA gostam de pregar peças nos fãs, jornalistas e apostadores de plantão. Quem não se lembra de GSP x Matt Serra?

Mas, para o azar do desafiante, amanhã é carnaval e os deuses estarão curtindo a folia.

Smith não foge da luta, é aguerrido e tem disposição. Essas são qualidades que todo lutador deveria ter. Mas é preciso muito mais que isso para vencer o maior meio-pesado da história.



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Advogado, carioca e tricolor. Apaixonado pelo esporte que mais cresce no mundo. Editor chefe do Coliseu Carioca e redator do Nocaute na Rede. Contato: [email protected]
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